O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Elías Jaua, informou que o país vai cortar todo o contato diplomático com os EUA. A razão para o rompimento, segundo Jaua, é a intromissão de Washington em assuntos domésticos.
O chanceler disse que encarregou o embaixador venezuelano na Organização de Estados Americanos (OEA), Roy Chaderton --principal canal de comunicação com os americanos para regularizar as relações diplomáticas bilaterais, congeladas desde 2010-- de informar que a comunicação está suspensa até que haja "uma mensagem mais clara sobre qual o tipo de relação" que os EUA querem com a Venezuela.
Ao anunciar a decisão, Jaua aludiu a declarações da secretária de Estado adjunta dos EUA para a América Latina, Roberta Jacobson, sobre a situação do país, entre elas uma de 5 da março, dia da morte de Hugo Chávez. Na ocasião, Jacobson disse que o processo eleitoral no país deveriam seguir "os mais altos padrões democráticos do hemisfério".
Os governos da Venezuela e dos EUA confirmaram em janeiro passado que desde o final de novembro de 2012 estavam dialogando para regularizar as relações diplomáticas entre os dois países.
No dia 5 de março, poucas horas antes de anunciar a morte de Chávez, Nicolás Maduro, atual presidente interino, anunciou a expulsão de dois adidos militares americanos.
A Venezuela acusou os dois de "propor projetos desestabilizadores" a militares. Seis dias depois, Washington anunciou a expulsão de dois funcionários venezuelanos do país --os dois foram condecorados por Jaua nesta quarta.
Segundo o chanceler, "a única coisa que a Venezuela exige é respeito".
"Quanto [os EUA] entenderem que falam com um povo soberano, então podem voltar a nos chamar", disse Jaua. Segundo o chanceler, foi Jacobson que pediu o início das conversas em novembro de 2012.
De acordo com fontes oficiais americanas, Jacobson conversou com o então vice-presidente Maduro, sobre tentativas para normalizar as relações diplomáticas.
Entre os assuntos discutidos pelos dois, estava a possibilidade de reestabelecer os embaixadores, retirados por ambos os países no final de 2010.
| Leo Ramirez/AFP | ||
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| Chanceler da Venezuela, Elías Jaua, durante conferência de imprensa em Caracas |