Folha de S. Paulo


Maduro diz que oposição venezuelana planeja boicotar eleições

O presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta terça-feira em sua conta no Twitter que a oposição planeja se "retirar" das eleições de 14 de abril, nas quais disputará a presidência com o líder opositor Henrique Capriles, ou reclamar de "fraude".

"A direita se prepara para se retirar das eleições ou reclamar de fraude. Todos alertas para vencer em qualquer cenário! Respeito ao árbitro (eleitoral)", escreveu Maduro em sua conta @NicolásMaduro, aberta no fim de semana.

Maduro fez esta acusação com base em um editorial do jornal opositor "El Nacional", que nesta terça-feira chamou de "Dona mentira" a presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena, e considerou que a entidade "é um apêndice do Executivo".

O jornal publicou esse editorial logo depois de Lucena ter defendido no domingo a "solidez e integridade" do sistema eleitoral do país, em resposta às declarações da vice-secretária americana para a América Latina, Roberta Jacobson, que pediu "eleições abertas, justas e transparentes" na Venezuela.

"Se alguém recebeu a maior quantidade de acusações de fraude este alguém é dona Lucena", acusou o "El Nacional".

"Este editorial é a prova de nossa denúncia. Nós a repudiamos!", escreveu em um outro tuíte o presidente interino, que assumiu o cargo após a morte de Hugo Chávez no dia 5 de março vítima de um câncer.

O chefe de campanha de Maduro, Jorge Rodríguez, também considerou que o editorial do "El Nacional" é uma "desculpa (da oposição) para não participar em 14 de abril".

Por sua vez, Rodríguez denunciou que há algumas horas foram detidos no Haiti um colombiano e dois venezuelanos com pouco mais de US$ 350 mil, supostamente, para financiar a campanha de Capriles.

"Existem indícios de que esse dinheiro seria destinado à campanha do candidato da senhora Roberta Jacobson", disse em uma coletiva de imprensa.

Nas eleições de abril, Capriles, governador do estado de Miranda (norte), voltará a ser o único candidato da oposição depois de ter perdido nas eleições de 7 de outubro para Chávez, que três meses antes de morrer designou Maduro como seu sucessor político.


Endereço da página: