Folha de S. Paulo


Coalizão síria elege primeiro-ministro provisório

A Coalizão Nacional Síria elegeu Ghassan Hitto como seu primeiro-ministro interino. Hitto teve 35 de 49 votos na reunião realizada em Istambul. Ele deve selecionar seus ministros nos próximos dias. O governo formado por ele terá que ser aprovado pela coalizão.

A coalizão espera que seu governo possa administrar áreas da Síria tomadas pelos rebeldes opositores ao regime de Bashar Assad.

Não está claro, entretanto, se os rebeldes que lutam contra as forças de Assad vão aceitar a autoridade do novo premiê.

"Eu agradeço os heróis e revolucionários da população síria. Estamos com vocês", disse Hitto a membros da coalizão depois da nomeação.

Diversos membros da coalizão deixaram a sessão antes da votação em protesto contra o que eles descreveram como uma pressão para escolher Hitto.

Entretanto, apoiadores do premiê argumentam que ele é um gestor qualificado e não influenciado pelas lutas políticas internas da coalizão.

"Quase um consenso emergiu com Hitto. Ele é um homem prático com experiência de gestão e está aberto ao debate. Ele prometeu fazer amplas consultas antes de nomear ministros e somente indicar aqueles com vasta experiência", disse Mohammed Qaddah, representante da coalizão em Deraa, berço da insurgência.

Louay Safi, outro membro da coalizão, disse que espera-se que Hitto forme um governo que inclui ministros de Defesa e Relações Exteriores.

"Basicamente esse governo vai prover serviços para as áreas liberadas", disse Safi. "Hitto tem as habilidades técnicas que você espera de um tecnocrata mas ele também tem um senso de política e é um negociador muito bom. Ele seria um bom representante para a comunidade internacional", completou.

Hitto nasceu em Damasco e morou nos Estados Unidos muitos anos, mais recentemente em uma cidade do Texas. Ele é empresário e trabalhou no setor de tecnologia.

O conflito entre rebeldes e as forças de Bashar Assad já dura dois anos. De acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 70 mil pessoas foram mortas e mais de um milhão estão abrigadas em campos de refugiados.


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