Folha de S. Paulo


Vaticano divulga brasão do papa Francisco

O Vaticano divulgou nesta segunda-feira o brasão do papa Francisco, que foi escolhido como o novo pontífice da Igreja Católica na quarta (13). O brasão inclui a mensagem "Miserando atque eligendo" que, em latim, quer dizer "Com misericórdia o chamou".

Os traços essenciais o Papa Francisco decidiu manter seu brasão anterior, escolhido desde sua consagração episcopal e caracterizado por uma simples linearidade. O escudo azul é coberto por símbolos da dignidade pontifícia, iguais aos de Bento 16 (mitra posicionada entre chaves de ouro e prata entrecruzadas, unidas por um cordão vermelho).

Divulgação
Brasão do novo papa Francisco, divulgado nesta segunda-feira pelo Vaticano
Brasão do novo papa Francisco, divulgado nesta segunda-feira pelo Vaticano

No alto, está o emblema da ordem de proveniência do Papa, a Companhia de Jesus: um sol radiante e flamejante carregado com as letras, em vermelho, IHS, monograma de Cristo. A letra H é coberta por uma cruz em ponta e três pregos em preto.

Abaixo encontram-se a estrela e a flor de nardo (cacho de uva). A estrela, de acordo com a antiga tradição heráldica, simboliza a Virgem Maria, mãe de Cristo e da Igreja; enquanto a flor de nardo (cacho de uva) indica são José, patrono da Igreja.

Na tradição da iconografia hispânica, de fato, são José é representado com um ramo de nardo nas mãos. Colocando no seu escudo tais imagens, o Papa pretendeu exprimir a própria particular devoção a Nossa Senhora e ao santo.

A palavra misericórdia foi citada diversas vezes pelo papa desde que foi escolhido, na última quarta (13). No domingo (17), durante a Oração do Ângelus, pediu aos fiéis que não cansem de pedir perdão e disse que o sentimento de misericórdia pode mudar o mundo.

"Misericórdia... esta palavra muda tudo. É o melhor que nós podemos sentir. Muda o mundo. Um pouco de misericórdia faz o mundo menos frio e mais justo", afirmou.

"Deus nunca se cansa de nos perdoar. O problema é que nós nos cansamos de pedir perdão. Mas ele nunca se cansa de nos perdoar, e nós nunca deveríamos nos cansar de pedir perdão", afirmou.

Ele havia feito o mesmo pedido aos fiéis durante a sua primeira visita à igreja de Santa Maria Maior, em Roma, na manhã de quinta (14), um dia após a escolha. "Sejam misericordiosos, as almas precisam de sua misericórdia".

VISITA

Nesta segunda, o papa Francisco recebe em almoço a presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, no primeiro encontro com um chefe de Estado. Os dois mantiveram uma relação conturbada na época que ele era arcebispo de Buenos Aires.

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse que o encontro é um "gesto de cortesia e afeto" para a chefe de Estado e o povo argentino."Trata-se de um gesto de cortesia, de atenção para a Argentina e sua presidente", disse.

O padre considerou como "natural" o fato de o papa receber a presidente da Argentina, o país do pontífice, de maneira "diferente" do restante das delegações que assistirão à missa de inauguração de seu pontificado. Para Lombardi, não se trata apenas de uma visita de Estado.

Cristina será recebida por Francisco por volta das 12h50 (8h50 de Brasília), em um almoço na Casa de Santa Marta, onde o papa está hospedado até que termine a reforma em seu apartamento no Palácio Apostólico. O local é o mesmo onde os cardeais dormiram durante os dias de conclave.

A mandatária também irá à primeira missa do pontificado, nesta terça (19), que reunirá delegações de mais de 150 países. O papa Francisco deve receber os representantes de cada país no final da missa, no Altar da Confissão, no interior da Basílica de São Pedro.


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