Folha de S. Paulo


Parlamento cipriota adia votação sobre taxa exigida para resgate

O Parlamento do Chipre adiou a sessão de emergência que fora convocada para este domingo para tratar de uma nova taxa sobre depósitos bancários imposta pela troica como requisito para a concessão de um pacote de resgate ao país.

O governo decidiu pressionar pelo adiamento depois de receber sinais de que parlamentares poderiam vetar a proposta, necessária para evitar o default.

O presidente da ilha, Nicos Anastasiades, também adiou para segunda (18) o discurso que faria no Parlamento e a emissão de uma mensagem à nação para defender a ajuda, que chamou de "dolorosa".

Em proposta inédita, o pacote de resgate de Chipre inclui imposto extraordinário de 9,9% sobre os depósitos dos cidadãos cipriotas de mais de € 100 mil e de 6,75% para os inferiores a esse valor. Em troca, o país receberá € 10 bilhões --embora calculasse precisar de € 17 bilhões.

Os termos do pacote, anunciados neste sábado de manhã, chocaram o país e provocaram uma corrida aos caixas eletrônicos e às agências de bancos de cooperativas, que estavam abertos.

Por ordem do governo, esses bancos tiveram de fechar, e as transferências virtuais foram paralisadas.

No entanto, o sequestro --que, calcula-se, renderia quase 6 bilhões-- precisa ser ratificado pelo Parlamento, no qual nenhum partido possui maioria.

Se a medida não passar, de acordo com o presidente, os dois principais bancos do país irão falir.


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