Folha de S. Paulo


Maduro e Capriles começam pré-campanha na Venezuela

O afilhado político de Hugo Chávez, morto no último dia 5 por complicações de um câncer na região pélvica, e atual presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, e o líder da oposição, Henrique Capriles, principais candidatos presidenciais da Venezuela, iniciaram neste sábado seus atos de rua, a mais de duas semanas do início oficial da campanha para as eleições marcadas para 14 de abril.

Maduro, presidente interino e candidato da situação, passeou pelas ruas da popular comunidade de Catia, em Caracas, após ter presidido um ato em homenagem a Hugo Chávez, transmitido em rede de rádio e televisão.

Efe
O presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, saúda seguidores em ato de campanha em Caracas
O presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, saúda seguidores em ato de campanha em Caracas

Ali, Maduro garantiu a manutenção das "missões" (programas) sociais, mantidos nos 14 anos do governo de Chávez, e governar "ao lado do povo" caso vença as eleições.

"Estamos na rua com o povo, ratificando que este governo não perde nem um segundo para ir à rua governar seu povo. Esse é nosso interesse máximo", disse.

Maduro, apontado por Chávez seu herdeiro político e candidato da situação antes de viajar a Cuba para se submeter à quarta cirurgia contra o câncer, em dezembro do ano passado, também pediu o respeito ao cronograma estabelecido pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) no pleito.

O candidato único da oposição, Henrique Capriles Radonski, iniciou no Estado fronteiriço de Táchira (oeste) sua visita à Venezuela, tal como fez nas eleições de 7 de outubro do ano passado, quando perdeu para Chávez por onze pontos percentuais.

Capriles, candidato da Mesa da Unidade Democrática, decretou o início de "uma cruzada" por todo o país para impulsionar uma campanha que comparou a uma batalha "épica".

"Entendamos que isto é uma luta heroica, épica", afirmou perante seguidores.

Do povoado de La Grita, Capriles acusou Maduro de colocar obstáculos em sua visita a Táchira ao ordenar o fechamento de um dos aeroportos locais, o que em sua opinião demonstra o temor do candidato da situação com a sua candidatura e reforçou o pedido para que deixe de usar a imagem de Chávez em benefício próprio.

"Não se esconda da imagem do presidente. Deixa que Chávez descanse em paz", assegurou.

O CNE convocou eleições presidenciais em 9 de março, quatro dias após a morte de Hugo Chávez.

Após esta convocação, os dois candidatos trocaram duras acusações.


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