Folha de S. Paulo


Começa transferência de corpo de Chávez a quartel na Venezuela

Um ato religioso com uma homilia na Academia Militar de Caracas abriu a cerimônia de transferência do corpo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, morto no último dia 5 por complicações causadas por um câncer na região pélvica.

Os restos mortais do presidente sairão do local, onde ele foi velado por dez dias, para o chamado Quartel da Montanha, no bairro 23 de Enero, que também é conhecido como Museu da Revolução. A instalação é o mesmo local onde se reuniu Chávez e um grupo de insurgentes que tentou um golpe militar em 1992.

William Viera/Efe
Aliados de Hugo Chávez se posicionam no Paseo Los Próceres, em Caracas, por onde passará corpo do presidente
Aliados de Hugo Chávez se posicionam no Paseo Los Próceres, em Caracas, por onde passará corpo do presidente

O caminho percorrido tem 20 km, onde se reuniram militantes de movimentos sociais e cidadãos que apoiam o mandatário. Alguns dos aliados carregam faixas em referência ao presidente interino, Nicolás Maduro, que concorre ao comando do país.

O ato, que é transmitido em cadeia de rádio e televisão, começou com o hino nacional e a presença de membros do governo e da cúpula militar, aliados do chavismo e amigos do governante. Em seguida, houve discursos do general Jacinto Pérez Arcay e do presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello.

Ainda não há informações sobre o que será feito com o corpo do presidente. Na terça (12), Maduro disse que não seria mais possível embalsamar o corpo do mandatário porque não se cumpriram os ritos necessários para preservar os restos mortais.

A discussão é onde será enterrado Chávez. A hipótese mais cogitada é deixá-lo no Museu da Revolução, mas o governo venezuelano ainda avalia a possibilidade de criar um mausoléu em Sabaneta (a 500 km de Caracas), cidade natal do presidente.

Também é cogitada uma emenda à Constituição para que ele seja enterrado ao lado do libertador do país, Simón Bolívar, no Panteão Nacional, na capital venezuelana.

OEA

Enquanto acontecia a cerimônia em Caracas, o Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) fazia uma reunião em homenagem a Chávez, que foi precedida pela colocação de uma oferenda floral diante da estátua de Simón Bolivar, que fica no jardim da sede do órgão interamericano.

No início da sessão, os embaixadores prestaram um minuto de silêncio a pedido de Denis Moncada, representante da Nicarágua, que transmitiu "as sentidas condolências" do Conselho Permanente "ao povo e governo de seu país e à estimada família do presidente Chávez".

Paul J. Richards/AFP
Secretário-geral e embaixador da Venezuela colocam flores em frente à estátua de Bolívar na sede da OEA
Secretário-geral e embaixador da Venezuela colocam flores em frente à estátua de Bolívar na sede da OEA

Antes, o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, o embaixador venezuelano na organização, Roy Chaderton, e Moncada, atual presidente do Conselho Permanente, levaram uma oferenda floral aos pés da estátua de Bolívar.

A oferenda consistiu em uma bandeira da Venezuela confeccionada com flores. Os embaixadores do México, Joel Hernández; Estados Unidos, Carmen Lomellín; e Bolívia, Diego Pary; entre outros, se mantiveram de pé em frente à estátua durante a colocação da oferenda.

A breve cerimônia, que não teve discursos, precedeu uma sessão extraordinária do Conselho Permanente em homenagem a Chávez, que morreu no dia 5 de março aos 58 anos após uma longa luta contra o câncer.


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