Folha de S. Paulo


Dilma diz que vai encontrar papa como presidente, não como pessoa

Presença confirmada na missa de inauguração do pontificado de Francisco na próxima terça-feira (19), Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira que vai à Roma como presidente e não como pessoa.

Quiz: Sabe tudo sobre o novo papa?
Novo bispo de Roma será um "ersatz"
Desaconselhei prognósticos, afirma d. Odilo
Papa tem ligações antigas com o Brasil
Análise: Vaticanistas se desdobram para ocultar rastro de apostas erradas
Análise: Relação tensa de Cristina com o novo papa tem raízes antigas
Bergoglio pedia a freiras que saíssem às ruas

"Acredito que será importante eu ir enquanto presidente. Não estou falando enquanto pessoa. Eu fui criada na Igreja Católica, mas eu estou representando enquanto presidente essa população católica do nosso país", lembrando que o Brasil é um "país que tem população católica muito expressiva".

Nesta sexta, Dilma não falou sobre a escolha de Francisco para substituir Bento 16. Horas depois do anúncio, na quarta (13), a Presidência da República emitiu nota parabenizando Bergoglio e a população argentina pela escolha do primeiro papa latino-americano.

"É com expectativa que os fiéis aguardam a vinda do papa ao Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude, em julho", disse Dilma.

Conforme informou o Painel de quinta (14), Dilma vê a escolha do cardeal Jorge Bergoglio como uma maneira de reaproximar o governo brasileiro da Igreja Católica, após embates com a CNBB e uma declaração do papa anterior instando os bispos a fazerem "luta política" contra o aborto, na campanha de 2010.

ENCONTRO PRIVADO

Mais cedo, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse que Dilma terá um encontro privado com o papa Francisco durante sua ida a Roma, na próxima semana. A comitiva presidencial deve viajar no domingo para participar da missa que vai inaugurar o pontificado do papa Francisco, na terça (19).

O encontro foi informado mais cedo pela Folha, na coluna Painel. Segundo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, o Vaticano disse que o pontífice fez questão de ter "um momento" com Dilma.

"O formato [do encontro] ainda não sei exatamente, mas é um momento em que ela terá a possibilidade de saudá-lo em nome do povo brasileiro, pessoalmente, e naturalmente renovar o convite", disse Carvalho, em referência à Jornada Mundial da Juventude, que acontece em julho no Rio.

O convite, disse o ministro, foi feito por Dom Giovanni D'Aniello, atual núncio apostólico no Brasil. Carvalho disse ainda que a programação do papa no Rio pode ser alterada com a troca de comando da Igreja Católica.

"Como a programação anterior, do papa Bento, era uma programação para uma pessoa mais idosa, com menos atividades, pode ser que se ampliem as atividades dele [papa Francisco] no Brasil", disse o ministro antes de evento em Brasília. O papa Bento XVI tem 85 anos; o papa argentino tem 76 anos.

O ministro disse ainda que o governo brasileiro ficou feliz com a escolha do religioso argentino. "É uma satisfação muito grande nossa, pelos primeiros movimentos do papa, no sentido da simplicidade com que ele está trabalhando, a informalidade, e na questão social."


Endereço da página:

Links no texto: