Folha de S. Paulo


Dilma vai a Roma para missa inaugural do papa Francisco

A presidente Dilma Rousseff aceitou convite recebido nesta quinta-feira para comparecer à missa que vai inaugurar o pontificado do papa Francisco, na próxima terça-feira, dia 19.

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A decisão de aceitar o convite e participar da missa foi tomada na tarde desta quinta (14). A presidente tem uma viagem marcada na próxima segunda (18) a Salvador (BA), onde visitará as obras do estádio Fonte Nova.

A missa será o evento marca a posse do cardeal Bergoglio como papa. A cerimônia também coincide com o dia de são José, marido de Maria, mãe de Jesus.

Antes da celebração, Francisco ainda fará no domingo (17) a primeira aparição pública após ter sido revelado papa, com a cerimônia do Ângelus, na praça de São Pedro, no Vaticano.

Conforme informou o Painel desta quinta-feira, Dilma vê a escolha do cardeal Jorge Bergoglio como uma maneira de reaproximar o governo brasileiro da Igreja Católica, após embates com a CNBB e uma declaração do papa anterior instando os bispos a fazerem "luta política" contra o aborto, na campanha de 2010.

Na quarta (13), a Presidência da República emitiu nota parabenizando Bergoglio e a população argentina pela escolha do primeiro papa latino-americano. "É com expectativa que os fiéis aguardam a vinda do papa ao Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude, em julho", disse Dilma.

PERFIL

Bergoglio nasceu na capital argentina e, depois de cursar o seminário no bairro Villa Devoto, entrou para a Companhia de Jesus aos 19 anos, em 1958. Foi ordenado padre pelos jesuítas um ano depois, quando estudava teologia e filosofia na Faculdade de San Miguel.

De 1973 a 1979, ele foi provinciano pela Argentina e, a partir de 1980, reitor da faculdade de San Miguel --cargo que ocupou por seis anos. O papa obteve o título de doutor na Alemanha.

Foi nomeado bispo em 1992 e elevado a arcebispo em 1997, passando a chefiar a arquidiocese de Buenos Aires desde então. O argentino ingressou no Colégio de Cardeais em 2001.

Na Santa Sé, participava de diversos órgãos: era membro da Congregação para o Culto Divino e para a Disciplina dos Sacramentos, da Congregação para o Clero e da Congregação para os Institutos da Vida Consagrada e das Sociedades da Vida Apostólica, além do Conselho Pontifício para a Família e da Comissão Pontifícia para a a América Latina.

Ele era considerado "papável" desde o conclave que elegeu o alemão Bento 16 para suceder o polonês João Paulo 2º, em 2005. Com a renúncia do primeiro, o nome do arcebispo de Buenos Aires voltou a ficar entre os mais cotados ao posto de papa.

Em 2010, quando a modalidade foi permitida pela legislação argentina, o então arcebispo de Buenos Aires --que já disse que a adoção de uma criança por um casal gay é uma forma de discriminação ao jovem-- entrou em confronto com o governo de Cristina Kirchner. A presidente argentina, por sua vez, replicou dizendo que a posição da Igreja evocava a época medieval.


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