Folha de S. Paulo


Cardeais franceses veem eleição de novo papa como sinal à América Latina

Os três cardeais franceses que participaram do conclave que elegeu o cardeal argentino Jorge Mario Bergolio como papa Francisco consideraram que se trata de "um sinal forte à América Latina", continente que tem a maior parte dos cristãos.

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A eleição de Bergoglio "é um sinal a todo um continente que tem centenas de milhões de católicos", disse o cardeal Jean-Pierre Ricard, que esteve em Roma junto a André Vingt-Trois e a Philippe Barbarin, uma entrevista coletiva retransmitida ao vivo por veículos da imprensa franceses.

Ricard, arcebispo de Bordeaux, considerou que com a eleição do papa Francisco o colégio cardinalício "mostra o peso da América Latina" em Roma onde "talvez não estivesse suficientemente representada", com relação à porcentagem de fiéis que tem.

Sem esquecer que Bergoglio "tem origem italiana", o que faz com que a "Itália não tenha sido de todo esquecida", acrescentou.

O clérigo indicou que "foi a personalidade" do arcebispo de Buenos Aires que definiu sua eleição, já que combina "uma forte espiritualidade e um perfil de pastor".

Barbarin, arcebispo de Lyon, destacou que se trata de um papa "muito próximo aos pobres" e que a "simplicidade de sua vida" pode "surpreender".

Lembrou um recente discurso do cardeal Bergoglio no qual assegurou que "a igreja só pode ser de Cristo se deixar de se concentrar nela mesma, em seus problemas, e for ao encontro dos homens e as mulheres das que se sente próximo".

"Na Argentina, todo o mundo repete que é um bispo que ama os pobres", assegurou o prelado de Lyon.

O arcebispo de Paris e presidente da conferência episcopal francesa, André Vingt-Trois, contou que no conclave o nome de Bergoglio "se impôs de forma bastante rápida".

"O consenso começou a se cristalizar à medida que aumentavam os votos e nos demos conta de que era o eleito", disse Vingt-Trois.

Os veículos de imprensa franceses consideram o arcebispo de Paris um dos candidatos a ocupar o posto de secretário de Estado do Vaticano, especulação que o religioso não quis comentar.

"Deve escolher com muito cuidado seu secretário de Estado, deve ser alguém que conheça bem a Cúria", disse o líder da igreja francesa.


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