Folha de S. Paulo


Festa foi com champanhe e piada do novo papa, dizem brasileiros

Os cardeais brasileiros contaram que o jantar de comemoração teve champanhe e foi marcado por uma brincadeira do papa Francisco: "Que Deus os perdoe por terem me escolhido".

Em entrevista coletiva nesta quinta-feira de manhã (14), dom Raymundo Damasceno, dom Odilo Scherer e dom Geraldo Majella Agnelo elogiaram a escolha do novo papa e brincaram com o fato de ele ser argentino.

Dom Damasceno diz que a escolha de Francisco foi uma "surpresa" e elogiou a "simplicidade franciscana" do argentino. Ele afirmou que, após o discurso no balcão, se recusou a subir na limusine à sua disposição e voltou de ônibus à Casa Santa Marta, ao lado dos demais cardeais.

"O papa João Paulo 2º atraía só com a sua presença. Depois que ele veio a faltar, o novo papa atraía para ser ouvido. E o novo vai continuar chamando a atenção, agora pelo modo de ser."

Sobre fato de ser argentino, dom Damasceno, presidente da CNBB, disse: "A disputa é mais no campo do futebol, entre Pelé e Maradona, não existe essa disputa no campo religioso.". Ele chegou a contar uma piada da reação dos argentinos ao chegar a Roma: "Parece que os homens são tão iguais aos argentinos".

Ele chegou a contar uma piada da reação dos argentinos ao chegar a Roma: "Parece que os homens são tão iguais aos argentinos".

"No sul da Argentina, tem muito vento. Desta vez, o sopro [do Espírito Santo] veio da Argentina, da Patagônia", disse dom Odilo, arcebispo de São Paulo.

Um dos "papáveis" mais citados até a eleição de Francisco, dom Odilo criticou a especulação antes do conclave. "As cotações prévias foram todas pro espaço".

"Mas, afinal, com que critérios foram fazendo os cálculos, as cotações? A que se aprender uma coisa: a igreja não é só feita de cálculos humanos. Quando analisamos a igreja a partir de critérios humanos, [a análise] será míope senão errada."


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