Folha de S. Paulo


Para CNBB, rivalidade é só no futebol

A escolha de um papa latino-americano mostra que a igreja "se abre" ao mundo, avaliou ontem o secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Leonardo Steiner.

"A escolha de um latino-americano vem mostrar que a igreja se abre, está voltada para toda a igreja. Não é mais uma igreja só voltada para a Europa", disse d. Leonardo.

Ele afirmou que não há frustração por não ter sido escolhido um brasileiro e disse que a eleição do argentino foi uma surpresa. E boa.

"Ainda estamos surpresos. Foi uma surpresa bonita, muito agradável. Dom Raymundo [Damasceno, presidente da CNBB], quando liguei para ele na segunda-feira, me disse 'acho que teremos surpresas'. Ele acertou."

Questionado sobre a rivalidade entre brasileiros e argentinos, o secretário-geral disse que ela está restrita ao futebol. "Nós só disputamos no futebol, no afeto ao papa nós somos um. Nos unimos."

Segundo a Folha apurou, o nome de Jorge Mario Bergoglio foi recebido realmente com surpresa por bispos e funcionários da CNBB que assistiam à transmissão do anúncio pela TV em Brasília, até pela idade avançada do escolhido.

A expectativa é que uma das primeiras viagens do papa Francisco seja ao Brasil, para participar da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, em julho.

SÃO PAULO

O porta-voz da Arquidiocese de São Paulo, padre Antonio Aparecido Pereira, o bispo auxiliar de São Paulo para a região de Belém, d. Edmar Peron, e o bispo auxiliar para a região de Santana, d. Sérgio de Deus Borges, disseram não saber qual o relacionamento do argentino com a igreja brasileira.

"Nunca ouvi falar dele", disse d. Edmar. "O que sabemos expressa a característica da própria vida dele, que é de simplicidade."

Colaborou RAFAEL VALENTE


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