Folha de S. Paulo


Para posse do papa, governo mandará representante no lugar de Dilma

A presidente Dilma Rousseff não vai participar da posse do papa Francisco que acontecerá na próxima terça-feira (19) no Vaticano.

Segundo o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), o governo mandará um representante. "O Brasil estará representado", disse, sem explicar porque Dilma não participará da missa.

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Ainda segundo o ministro, a presidente vai enviar uma carta ao novo papa confirmando o convite para que ele participe da Jornada Mundial da Juventude, que acontece no Rio de Janeiro em julho.

"Nós entendemos que a jornada ganha um destaque especial. Sem dúvida nenhuma será uma das primeiras viagens do novo papa fora da Santa Sé. Dará uma nota muito especial a essa jornada", disse o ministro.

A escolha de um argentino, segundo Carvalho, não frustrou o governo. "Não é um campeonato. Claro que nossa alegria seria muito grande se fosse um papa brasileiro", disse.

Para ele, a nacionalidade do papa vai provocar muitas brincadeiras entre o povo brasileiro por ser argentino.

O ministro lembrou que o cardeal brasileiro Cláudio Hummes ficou ao lado do papa Francisco em sua primeira aparição pública. "Achei significativo que Hummes estivesse ao lado esquerdo do papa quando ele falava."

O ministro destacou o fato de que a escolha da Igreja Católica de um papa latino-americano mostra um "reconhecimento e influência" do continente nos destinos da religião.

ÔNIBUS

Principal interlocutor do governo junto aos movimentos sociais e à Igreja Católica, Carvalho afirmou que o novo papa é uma pessoa de hábitos simples e preocupado com assistência aos mais carentes.

"As primeiras informações são de que se trata de uma pessoa muito ligada ao cuidado com os pobres, uma pessoa de hábitos muito simples, que andava de ônibus pelas ruas de Buenos Aires", disse o ministro.

Questionado sobre informações de que o cardeal Jorge Mario Bergoglio, 76, teria sido conivente com a ditadura militar na Argentina, o ministro brasileiro disse ter "informação contrária".

"Ele foi um das primeiras vozes a romper e a contestar os atos da ditadura militar na Argentina."

Carvalho preferiu não comentar as posições conservadoras do novo papa, como a resistência ao casamento gay. Segundo o ministro, o importante é a convergência entre governo e projetos das igrejas por justiça social.


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