Folha de S. Paulo


Premiê britânico se reúne com ministro russo e tratará do conflito na Síria

O secretário de Relações Exteriores britânico, William Hague, se encontrará nesta quarta com o ministro das relações exteriores da Rússia, Sergei Lavrov e ministros de defesa para discutir a crise na Síria.

Além da Síria, também serão abordados assuntos como as relações bilaterais entre os países, os vínculos militares, cooperação militar e técnica, cooperação em organismos multilaterais, resolução de conflitos e o G8.

As reuniões acontecem um dia depois que o premiê britânico James Cameron deu a entender que o Reino Unido poderia vetar a extensão do embargo de armas da União Europeia à Síria, o que atualmente dificulta a chegada de armamento aos opositores do regime de Bashar Assad.

A Rússia, assim como a China, é uma das maiores aliadas de Bashar Assad, protegendo-o de sanções aplicadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) no conflito que já dura dois anos e matou mais de 70 mil pessoas, de acordo com estimativas da própria ONU.

Com o impasse no conflito, a Grã-Bretanha pressionou por mudanças no embargo para permitir que Estados da UE possam prover ajuda não-letal para ajudar os rebeldes, promessa também feitas pelos Estados Unidos.

CRIANÇAS

Os dois grupos que se enfrentam no conflito sírio utilizam cada vez mais as crianças na linha de frente e não hesitam em utilizá-las como soldados e inclusive como escudos humanos, denunciou nesta quarta-feira uma organização de defesa dos Direitos Humanos.

"Dois milhões de crianças presas na Síria são as vítimas inocentes" de um conflito sangrento, lamenta a ONG Save The Children, em um relatório publicado no momento em que são completados dois anos de guerra na Síria.

Estas crianças "correm perigo constante de desnutrição, doenças, trauma", acrescenta a ONG, baseada na Grã-Bretanha.

Ainda, segundo o relatório da ONG, as crianças cada vez mais ficam em perigo quando são recrutadas pelos grupos armados e pelas forças governamentais. As duas partes do conflito tendem a recrutá-las como mensageiros, guardas, informantes ou combatentes.

"Para muitas crianças e suas famílias, isso é motivo de orgulho. Mas algumas crianças são recrutadas à força em operações militares e algumas de apenas 8 anos foram utilizadas como escudos humanos", acrescentou a ONG.

Milhares de crianças sofrem desnutrição e milhares precisaram fugir de suas casas, o que levou milhares delas a viver em fazendas, parques e inclusive em cavernas.

A ONG fez um chamado às partes do conflito para autorizar o acesso às zonas em guerra e aos governos dos países estrangeiros para que mantenham suas promessas de doar US$ 1,5 bilhão de ajuda humanitária.


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