Fiéis brasileiros ontem na praça de São Pedro demonstraram pouco entusiasmo com a candidatura do cardeal Odilo Scherer.
"Não tenho um preferido. Eu acredito que o Espírito Santo é quem conduz o conclave. Vai ser escolhido o melhor, não importa a nacionalidade", disse a enfermeira Cláudia Martins, 36, que viajou de Brasília para ver de perto a transição na igreja.
Ela assistiu à fumaça negra com o marido e o filho de dois anos e disse que só pretende voltar para casa quando o novo papa for escolhido.
"Se não tivermos papa até o dia 18, vamos adiar as passagens", prometeu.
Empunhando uma bandeira do Brasil com o cabo do guarda-chuva, a aposentada Maria Madalena Inácio, 65, demonstrava pouco conhecimento sobre o cardeal que aparece como um dos favoritos no conclave.
"Tem esse brasileiro... Como é mesmo o nome dele, Schering?", perguntou, ao ser questionada se torceria para algum dos candidatos.
"Quem ganhar está bom, mas ter um papa brasileiro seria uma alegria muito grande para o povo", disse Maria Madalena.
Uma exceção era a dona de casa Regina Zanette, 55, que se disse amiga do arcebispo de São Paulo desde a juventude.
Ela contou ter conhecido o religioso em Toledo (PR), onde os dois moraram na mesma época.
A fiel disse que a amizade continuou em Roma e que ambos conversaram na última sexta-feira por telefone.
"Depois do conclave, eu combinei uma jantinha com dom Odilo."