Folha de S. Paulo


Oposição venezuelana diz que Capriles recebeu ameaças

A coalizão dos partidos de oposição da Venezuela informou ontem que o candidato Henrique Capriles recebeu ameaças de agressão antes de formalizar sua candidatura à Presidência do país.

Em razão disso, Capriles enviou um representante em seu lugar ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para realizar sua inscrição na eleição presidencial, que acontece em 14 de abril.

Segundo Henri Falcón, chefe da campanha dos partidos de oposição ao chavista Nicolás Maduro, estava planejada uma emboscada para pegar Capriles. O governador do Estado de Lara disse que, na manhã de segunda-feira, o candidato da oposição recebeu fotos que demonstravam que sua vida corria risco caso fosse ao CNE.

As imagens, de acordo com o chefe da campanha, mostram Capriles em uma tela de tevê e mãos empunhando armas de fogo em sua direção.

Falcón disse que a coalizão apresentará uma denúncia ao Ministério Público do país e pediu que o governo se pronuncie sobre o ocorrido.

Sem se referir à denúncia, o presidente interino Nicolás Maduro, que assumiu o governo depois da morte de Hugo Chávez, qualificou a ausência de Capriles no CNE como um ato de fraqueza e de irresponsabilidade.

"A oposição quer violência, seu plano é sabotar o país", disse Maduro. "Sobretudo, seu plano é se apresentar como vítima."

INQUÉRITO

Anteontem à noite, Maduro anunciou que o governo vai abrir um inquérito para investigar a morte de Chávez, no último dia 5, em razão de complicações causadas por um câncer na região pélvica.

O governo suspeita que o câncer que afligia o mandatário tenha sido acelerado por envenenamento feito pelo que chamou de "inimigos estrangeiros". A acusação foi feita horas antes da morte de Chávez pelo próprio Maduro, então vice-presidente.


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