O governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles, aceitou formalmente na noite deste domingo (10) ser o candidato da oposição venezuelana nas eleições presidenciais de 14 de abril.
"Eu vou lutar com vocês, com todos vocês", disse Capriles, candidato derrotado por Hugo Chávez nas eleições de outubro, em um discurso público ao confirmar a aceitação de sua candidatura.
"Nicolás [Maduro, presidente interino da Venezuela e candidato da situação], não vou deixar o caminho livre para você, companheiro. Você terá que me derrotar com votos", disse o político em entrevista coletiva.
Advogado de 40 anos reeleito em dezembro governador de Miranda, Capriles irá disputar pela segunda vez as eleições presidenciais pela aliança opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática) após perder, em outubro passado, para Hugo Chávez.
Ele criticou duramente o governo por sua forma de lidar com a doença de Chávez. "[Eles] vêm mentindo para os venezuelanos. Tudo isso já estava friamente calculado: quando realizariam as eleições, o cronograma eleitoral. Quem sabe quando morreu o presidente Chávez?", questionou. "Vou lutar por este país, custe o que custar, porque trago esta pátria no coração."
| Carlos Garcia Rawlins - 30.set.2012/Reuters | ||
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| Capriles durante campanha eleitoral do ano passado, que perdeu para Chávez; opositor vai enfrentar Maduro |
Analistas apontam que as eleições serão difíceis para a oposição, devido ao clima de comoção entre os chavistas após a morte de Chávez, que governou o país por 14 anos.
Capriles foi confirmado ontem como candidato da oposição, mas ainda não tinha aceitado publicamente o convite.
"Decidimos por unanimidade oferecer a candidatura presidencial da Unidade àquele que foi nosso candidato nas eleições presidenciais recentes", anunciou o secretário-executivo da MUD, Ramón Guillermo Aveledo, no sábado.
MADURO
A Venezuela realizará a eleição presidencial em 14 de abril, decidiu a comissão eleitoral do país. A campanha acontecerá de 2 a 11 de abril, e as candidaturas devem apresentadas entre hoje e segunda-feira. As eleições municipais de julho foram suspensas até nova data.
Chávez é imensamente popular entre os pobres, e eles juraram apoiar Maduro. Milhões de pessoas fizeram fila em seu caixão para prestarem seus últimos respeitos e ainda estavam visitando o ex-líder hoje.
Maduro, que já foi ministro das Relações Exteriores e vice-presidente do governo de Chávez, jurou manter a revolução socialista pessoal de seu guia viva. Ele prestou juramento no Congresso na sexta-feira (8) como presidente em exercício e recebeu a faixa presidencial vermelha, amarela e azul.