Funcionários do governo americano afirmam que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, trabalhava nos bastidores para manter fortes as relações comerciais com os Estados Unidos, especialmente no setor de petróleo.
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De acordo com o "New York Times", diplomatas e analistas americanos dizem que o mandatário, que frequentemente denunciava Washington e chegou a barrar embaixadores americanos em Caracas, podia ser muito pragmático, e esperam que o vice-presidente Nicolás Maduro, agora à frente do país, também possa ser assim.
"Eu conheço Nicolás Maduro muito bem", disse William D. Delahunt, um ex-congressista de Massachusetts. "Eu sei que ele é pragmático."
Os Estados Unidos se aproximaram de Maduro em novembro do ano passado, para avaliar o interesse dele em melhorar o relacionamento entre os dois países.
Ele deu uma resposta positiva, e os dois países tiveram três reuniões informais em Washington, a ultima delas logo que ficou claro que o estado de saúde de Chávez era sério, segundo fontes ligadas ao governo.
Os venezuelanos queriam ter embaixadores outra vez, mas Washington teria insistido em passos menores para reconstruir a confiança, e um plano teria sido traçado.
Ainda segundo fontes ligadas ao Departamento de Estado, as conversas esfriaram este ano e ainda não foram retomadas, o que gerou desconfiança acerca das verdadeiras intenções de Maduro.
A avaliação é a de que o governo dele ainda está muito no começo, e que o esforço para construir um relacionamento mais produtivo não se baseia na crença de que será mais fácil lidar com ele do que era com Chávez.
Chávez morreu por volta das 16h25 locais (17h55 em Brasília) da última terça-feira, após três meses de internação em combate a um câncer na região pélvica. Em dezembro, ele foi submetido à quarta cirurgia contra a doença, mas sofreu uma infecção respiratória e não resistiu às complicações.