Folha de S. Paulo


Oposição deve escolher seu candidato à Presidência nos próximos dias

A oposição venezuelana decidirá nos próximos dias ou mesmo em algumas horas o seu candidato nas eleições presidenciais que acontecerão após a morte de Hugo Chávez, informou nesta quarta-feira uma fonte da aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD).

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"No momento em que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) fixar o prazo das eleições nós teremos o candidato, isso será em dias ou até em horas. Estamos trabalhando nisso em marcha acelerada", disse o secretário-executivo adjunto da MUD, Ramón José Medina.

O dirigente opositor esclareceu que, embora o candidato não esteja definido, o ex-aspirante à Presidência e governador do estado Miranda, Henrique Capriles, "é a primeira opção".

Medina admitiu ainda que "Capriles é o homem mais forte da MUD" e que até hoje é o único candidato da aliança, apresentado pelo partido Primero Justicia.

Capriles foi o aspirante da oposição nas eleições presidenciais de 7 de outubro e somou 44,39% votos, enquanto Chávez triunfou com 55,5% do eleitorado.

Medina indicou, no entanto, que existem outras "lideranças evidentes" e mencionou os nomes da deputada María Corina Machado e do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, entre outros, que, no entanto, ainda não manifestaram se querem participar da disputa eleitoral.

Além disso, assinalou que os membros da MUD entendem que o CNE deve ter um prazo de mais de 30 dias para organizar as novas eleições e acrescentou que "não haverá controvérsia" se for decidido que o pleito acontecerá em 45 ou 60 dias.

MORTE

Chávez morreu na terça-feira (5) por volta das 16h25 locais (17h55 em Brasília), após três meses de internação em combate a um câncer na região pélvica. Em dezembro, ele foi submetido à quarta cirurgia contra a doença, mas sofreu uma infecção respiratória e não resistiu às complicações.

Segundo o chanceler venezuelano, Elías Jaua, o vice-presidente, Nicolás Maduro, seguirá no comando do país até a convocação de novas eleições, em 30 dias. O anúncio deve gerar polêmica, pois a Constituição determina a posse do presidente da Assembleia Nacional em caso de ausência total do presidente.

Desse modo, quem deveria assumir o cargo é Diosdado Cabello. Jaua disse também que Maduro deverá ser candidato às próximas eleições presidenciais, assim como Chávez desejou na última reunião de ministros que presidiu, no início de dezembro.

De acordo com a Constituição da Venezuela, como Chávez não tomou posse no dia 10 de janeiro, o presidente da Assembleia Nacional, o chavista Diosdado Cabello, deveria assumir a presidência e convocar novas eleições em 30 dias.


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