Folha de S. Paulo


José Dirceu quer ir a Caracas para enterro de Chávez

Condenado a dez anos e dez meses de prisão pelos crimes do mensalão, o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) pediu nesta quarta-feira (6) ao STF (Supremo Tribunal Federal) autorização para deixar o país e participar do enterro do presidente da Venezuela Hugo Chávez, previsto para ocorrer na próxima sexta-feira (8).

Durante o julgamento do mensalão, o relator do processo e presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, determinou a entrega dos passaportes dos 25 condenados e proibiu a saída do país.

No pedido, a defesa alega que Dirceu tinha uma relação próxima a Chávez. "O requerente pretende estar presente ao funeral em razão da relação de amizade que mantinha com o excelentíssimo presidente Hugo Chávez. Caso haja autorização desta Egrégia Suprema Corte, o retorno ao Brasil será realizado vinte e quatro horas após a cerimônia fúnebre".

Os advogados do petista pedem ainda que Barbosa submeta ao plenário a decisão de reter os documentos. A assessoria do presidente do STF informou que ainda não tem decisão sobre o caso.

Homem forte do governo Lula, Dirceu foi apontado como chefe do esquema que desviou recursos públicos que, misturados a empréstimos fraudulentos, abasteceu a compra de apoio político no Congresso nos primeiros anos da gestão do petista. O ex-ministro foi condenado por crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha. Ele ainda está em liberdade porque o resultado do julgamento ainda precisa ser publicado e cabem recursos à condenação.

A morte do presidente venezuelano foi confirmada ontem.


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