Folha de S. Paulo


EUA cogitam enviar delegação a funeral de Chávez

Os Estados Unidos devem enviar uma delegação ao enterro do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, marcado para a próxima sexta-feira (8). Segundo as agências de notícias, a informação foi divulgada por um funcionário do Departamento de Estado americano, mas a decisão final será tomada pela Casa Branca.

Segundo a agência de notícias Reuters, altos funcionários dos EUA disseram, nesta quarta-feira, que Washington não tem planos imediatos de responder a expulsão de dois militares da Venezuela.

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A expulsão foi anunciada na última terça (5), pelo vice-presidente venezuelano Nicolás Maduro, pouco antes de a notícia da morte de Chávez ser divulgada.

No mesmo discurso, Maduro insinuou que o câncer de Chávez era um ataque dos inimigos da Venezuela. Os EUA classificaram a acusação como "absurda".

CORTEJO

Partidários de Hugo Chávez desfilaram seu caixão pelas ruas de Caracas nesta quarta-feira, em uma correnteza de emoção que aliados esperam que irá ajudar seu vice a vencer uma eleição nas próximas semanas.

Dezenas de milhares de chavistas marcharam atrás do caixão do presidente, envolto na bandeira nacional azul, vermelha e amarela da Venezuela. Muitos choravam enquanto soldados com boinas vermelhas carregavam seu caixão pelo centro de Caracas, e alto-falantes tocavam canções cantadas por Chávez.

Seu corpo será levado para a Academia Militar onde ficará até o funeral de sexta-feira.

Os aliados de Chávez se juntaram à família do mandatário, assim como o vice-presidente, Nicolás Maduro, e outros funcionários do governo. A mãe do presidente morto, Elena Frías, chorou ao ouvir o hino nacional venezuelano.

SUCESSÃO

O futuro das políticas esquerdistas de Chávez, que ganhou a adoração dos venezuelanos pobres, mas enfureceu adversários que o acusavam de ditador, agora recai sobre os ombros do vice-presidente Nicolás Maduro, o homem indicado por Chávez para sucedê-lo.

"Na imensa dor dessa tragédia histórica, que tem afetado a nossa pátria, apelamos a todos os compatriotas para estarem vigilantes pela paz, amor, respeito e tranquilidade", disse Maduro.

"Nós pedimos que o nosso povo canalize essa dor em paz."

Maduro, de 50 anos, ex-motorista de ônibus e líder sindical, provavelmente enfrentará o governador de oposição Henrique Capriles na próxima eleição presidencial.

Autoridades disseram que a votação seria convocada dentro de 30 dias, mas não estava claro se isso significava que seria realizada dentro de 30 dias ou apenas se a data será anunciada nesse período.

LUTO

O luto pela morte de Hugo Chávez que, na Venezuela foi de sete dias, foi acompanhado por países da América Latina e por outras nações aliadas, como o Irã e Belarus. Os que deram períodos mais longos foram Bolívia, Nicarágua e Equador, aliados de Chávez, que concederam os mesmos sete dias de luto.

Argentina, Brasil, Chile, Cuba, Dominica, República Dominicana e Uruguai decretaram três dias de luto, assim como Belarus, país do leste europeu cujo ditador, Aleksander Lukashenko, era aliado do venezuelano. O Irã decretou um dia de luto.

Assim como nas declarações de luto, a maioria dos presidentes latino-americanos deverá comparecer pelo menos ao enterro de Chávez.

Além dos três presentes, os mandatários de Brasil, Dilma Rousseff; Chile, Sebastián Piñera; Equador, Rafael Correa; Nicarágua, Daniel Ortega; Peru, Ollanta Humala; e República Dominicana, Danilo Medina, estão confirmados.

Ainda há a expectativa da participação do ditador de Cuba, Raúl Castro, e do presidente do Irã, Mahmoud Ahmaedinejad, além do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente paraguaio, Fernando Lugo.


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