Folha de S. Paulo


Assad chama morte de Chávez de 'perda pessoal'; veja outras reações

O ditador da Síria, Bashar Assad, disse nesta quarta-feira a morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, foi "uma grande perda pessoal". O venezuelano, aliado do regime sírio, morreu na terça (5) após não resistir às complicações de um câncer na região pélvica.

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Em comunicado divulgado pela agência de notícias Sana, Assad lamentou a morte do presidente venezuelano e deu condolências ao país sul-americano e ao vice-presidente, Nicolás Maduro. "O desaparecimento desse líder único é uma grande perda pessoal e para o povo sírio, tanto como é para o povo da Venezuela".

O chefe de Estado disse estar orgulhoso do progresso nas relações entre os dois países, em especial sobre o conflito que Assad trava com a oposição. "Esse grande desaparecido era um amigo fiel que se opôs à guerra feita contra a Síria", disse.

Chávez e Assad começaram contatos em reuniões bilaterais a partir do terceiro mandato de Chávez, em 2006. A relação bilateral incluía o apoio político e o envio de petróleo ao povo sírio, que não parou mesmo durante o conflito com os rebeldes, iniciado há dois anos.

Na imprensa estatal venezuelana e no canal regional Telesur, o conflito era tratado com a visão do regime sírio, chamando os opositores de terroristas, como sinal da interferência da relação diplomática dos dois países também na comunicação.

ALIADOS POLÊMICOS

Além de Bashar Assad, outros aliados polêmicos lamentaram a morte de Chávez. O governo do Irã decretou um dia de luto oficial e chamou o venezuelano de "figura anti-imperialista" e "herói" da América Latina. De acordo com a agência de notícias Irna, a decisão "mostra respeito e reverências" do país para com Chávez.

Após reunião de ministros, o presidente da República Islâmica, Mahmoud Ahmadinejad, disse a jornalistas locais que "provavelmente" comparecerá ao enterro de Chávez em Caracas. Antes, o líder expressou sua dor pela morte de Chávez, seu principal aliado na América Latina.

"Hugo Chávez é o símbolo de todos os combatentes e revolucionários da história gloriosa e trágica da América Latina", disse em nota oficial enviada ao governo da Venezuela.

O chefe de Relações Internacionais e assessor presidencial da Autoridade Nacional Palestina, Nabil Shaat, expressou suas profundas condolências à família de Hugo Chávez e ao governo e o povo da Venezuela pela morte de "um amigo leal".

"A Palestina diz adeus a um amigo leal que defendeu apaixonadamente nosso direito à liberdade e à autodeterminação. Sua contribuição à causa da dignidade não tinha fronteiras e alcançou os corações e mentes do mundo árabe".

O ditador de Belarus, Alexandr Lukashenko, decretou luto oficial de três dias e disse que perdeu um grande amigo. "Nossos corações foram atravessados por uma triste notícia. Morreu um grande amigo, um amigo fiel, nosso irmão".


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