Folha de S. Paulo


Cuba convoca eventos em todo o país em homenagem a Chávez

O governo de Cuba anunciou nesta quarta-feira que fará na quinta (7) um dia de homenagem póstuma ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que morreu na terça (5) em Caracas. O mandatário fez no país comunista toda o tratamento contra o câncer que o matou.

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Os eventos foram informadas pela imprensa local cubana e deverão acontecer entre 8h e 20h, em toda a ilha. Em Havana, os atos serão realizados no Memorial José Martí, na praça da Revolução, no centro da cidade.

Em editorial publicado nos jornais "Granma" e "Juventud Rebelde", o regime cubano agradece o apoio político de Hugo Chávez, expressou sua "eterna lealdade" à memória e legado de Chávez e o respaldo "irrestrito" a sua revolução bolivariana.

"No meio da profunda dor e consternação pela morte do querido presidente venezuelano Hugo Rafael Chávez Frias, amanhã, quinta-feira, entre às 8h e às 20h, nosso povo renderá sentida e patriótica homenagem ao líder da Revolução Bolivariana".

Na terça, o país decretou três dias de luto nacional e oficial. Até o momento, não houve comentários do ditador Raúl Castro nem de seu irmão, Fidel, o líder da revolução cubana, sobre a morte do venezuelano. Em sinal de luto, os dois jornais do país trocaram a cor vermelha nas capas pelo preto e branco.

Desde a descoberta do câncer, em junho de 2011, Chávez fez seu tratamento em Cuba, incluindo as quatro cirurgias para a retirada do tumor da região pélvica. Após a última intervenção, em dezembro, ele ficou dois meses na ilha, até ser transferido para Caracas, em fevereiro.

Dentro do país comunista, ele pôde manter a privacidade e divulgar poucos detalhes sobre seu tratamento. O combate à doença foi feito em Cuba mesmo após pedidos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para se tratar no Brasil.

MORTE

Chávez morreu por volta das 16h25 locais (17h55 em Brasília), após três meses de internação em combate a um câncer na região pélvica. Em dezembro, ele foi submetido à quarta cirurgia contra a doença, mas sofreu uma infecção respiratória e não resistiu às complicações.

Segundo o chanceler venezuelano, Elías Jaua, o vice-presidente, Nicolás Maduro, seguirá no comando do país até a convocação de novas eleições, em 30 dias. O anúncio deve gerar polêmica, pois a Constituição determina a posse do presidente da Assembleia Nacional em caso de ausência total do presidente.

Desse modo, quem deveria assumir o cargo é Diosdado Cabello. Jaua disse também que Maduro deverá ser candidato às próximas eleições presidenciais, assim como Chávez desejou na última reunião de ministros que presidiu, no início de dezembro.

De acordo com a Constituição da Venezuela, como Chávez não tomou posse no dia 10 de janeiro, o presidente da Assembleia Nacional, o chavista Diosdado Cabello, deveria assumir a presidência e convocar novas eleições em 30 dias.


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