Folha de S. Paulo


Líderes europeus lamentam a morte de Hugo Chávez

A União Europeia (UE) expressou nesta quarta-feira sua "tristeza" com a morte do presidente venezuelano, Hugo Chávez, e destacou o "desenvolvimento social" e a "contribuição à integração regional na América do Sul" alcançados pelo país sob a sua administração.

China diz ter perdido "um grande amigo" com a morte de Chávez
Chávez deixará vazio na América Latina, diz Dilma
Análise: Chávez se via como figura de transição na história do país
Análise: Foi com FHC que o Brasil começou a se aproximar da Venezuela
Análise: Vendida como o martírio do líder, agonia final dará força a Maduro

"A União Europeia recebeu com tristeza as notícias sobre a morte do presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez", assinalaram em comunicado conjunto os presidentes do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.

Os dois líderes asseguram que "a Venezuela se destacou por seu desenvolvimento social e por sua contribuição à integração regional na América do Sul", ao tempo que acreditam que UE e Caracas podem "aprofundar suas relações no futuro".

"Esperando aprofundar nossas relações no futuro, transmitimos ao povo e ao governo venezuelano nosso sincero pêsame e simpatia", disse Van Rompuy e Barroso na mensagem, que foi transmitido ao vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

Nos últimos anos, as relações entre a UE e Venezuela viveram momentos de tensão, principalmente pelas posturas críticas contra o chavismo expressadas pelos grupos conservadores do Parlamento Europeu.

Após a vitória de Chávez nas eleições de outubro do ano passado, a UE pediu ao líder para trabalhar no reforço das instituições do país, na promoção das liberdades fundamentais e se ofereceu para cooperar na busca destes objetivos.

No entanto, os contatos políticos entre as duas partes vinham se desenvolvendo em função do diálogo entre a UE e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), cuja última cúpula foi realizada em janeiro em Santiago do Chile.

Além disso, a Venezuela participa desde sua entrada no Mercosul das negociações do acordo comercial que o bloco sul-americano e a UE discutem há anos.

ESPANHA

O chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, transmitiu nesta quarta-feira ao executivo e ao povo venezuelano seus pêsames pela morte do presidente da república, Hugo Chávez, e afirmou que com sua morte "desaparece uma das figuras mais influentes da história contemporânea da Venezuela".

Em um telegrama emitido ao vice-presidente do país, Nicolás Maduro, Rajoy pediu para o político transferir suas condolências e do governo espanhol aos parentes de Chávez.

"Com a morte do presidente Chávez desaparece uma das figuras mais influentes da história contemporânea da Venezuela", afirmou o presidente do governo espanhol.

O executivo espanhol também transmitiu seus pêsames ao governo e ao povo venezuelano pela morte do presidente Hugo Chávez, e ressaltou sua intenção de "seguir trabalhando intensamente no fortalecimento dos vínculos bilaterais".

Em um breve comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Espanha, o governo destaca que a morte de Chávez representa o "desaparecimento de um personagem político que teve uma grande influência na região ibero-americana".

Ainda segundo o comunicado, o governo reitera seu desejo de estreitar "as relações de profunda amizade que unem os dois países".

Além de transmitir seus pêsames ao povo venezuelano, o Executivo espanhol também enviou suas condolências aos familiares de Chávez.

OUTRAS REAÇÕES

O presidente da França, François Hollande, declarou que o líder venezuelano Hugo Chávez "marcou profundamente a história do seu país".

Em um comunicado oficial, Hollande enviou seus "profundos pêsames ao povo venezuelano".

"Apesar de ter um temperamento e orientações que nem todos apoiavam, Chávez expressava uma vontade inegável de lutar pela justiça e pelo desenvolvimento" acrescenta.

"Estou convencido de que a Venezuela conseguirá superar este momento difícil na paz e na democracia", completou o presidente francês.

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, expressou as condolências do governo alemão à família do presidente venezuelano, e desejou o começo de uma nova era no país.

"A morte de Hugo Chávez representa uma profunda mudança para a Venezuela. Compartilhamos a dor da família do falecido e o luto do povo venezuelano", assinala um comunicado emitido pelo escritório do chefe da diplomacia alemã.

Na breve nota oficial, o ministro alemão acrescenta que "espero que a Venezuela, após os dias de luto, consiga iniciar uma nova era".

"A Venezuela tem um grande potencial, e a democracia e a liberdade são o caminho correto para realizar esse potencial", conclui o comunicado de Westerwelle.

MORTE

Chávez morreu por volta das 16h25 locais (17h55 em Brasília), após três meses de internação em combate a um câncer na região pélvica. Em dezembro, ele foi submetido à quarta cirurgia contra a doença, mas sofreu uma infecção respiratória e não resistiu às complicações.

Segundo o chanceler venezuelano, Elías Jaua, o vice-presidente, Nicolás Maduro, seguirá no comando do país até a convocação de novas eleições, em 30 dias. O anúncio deve gerar polêmica, pois a Constituição determina a posse do presidente da Assembleia Nacional em caso de ausência total do presidente.

Desse modo, quem deveria assumir o cargo é Diosdado Cabello. Jaua disse também que Maduro deverá ser candidato às próximas eleições presidenciais, assim como Chávez desejou na última reunião de ministros que presidiu, no início de dezembro.

De acordo com a Constituição da Venezuela, como Chávez não tomou posse no dia 10 de janeiro, o presidente da Assembleia Nacional, o chavista Diosdado Cabello, deveria assumir a presidência e convocar novas eleições em 30 dias.


Endereço da página:

Links no texto: