Folha de S. Paulo


Desemprego no euro atinge 11,9% em janeiro, em novo recorde

A taxa de desemprego na zona do euro chegou a 11,9% em janeiro, alta de um décimo em relação a dezembro, e atingiu um novo recorde histórico. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira pelo Escritório Europeu de Estatísticas (Eurostat).

A alta é revelada em meio a outros dados negativos sobre a Europa, que sofre os efeitos de uma grave crise econômica. No conjunto da União Europeia, o percentual de cidadãos sem trabalho subiu para 10,8%, também um décimo acima do registrado em dezembro.

Os países mais afetados pela crise da dívida pública lideram os índices mais altos. O país mais afetado é a Grécia, que tem 27% da população economicamente ativa desempregada, seguida da Espanha, com 26,2%, e de Portugal, com 17,6%.

Os três países precisaram recorrer a ajudas financeiras da União Europeia para lidar com a crise. Portugal e Grécia pediram resgates financeiros para evitar entrar em moratória, enquanto a Espanha requisitou ao Banco Central Europeu (BCE) um socorro a seu sistema bancário.

Na outra ponta, estão Áustria, com 4,9%, Alemanha e Luxemburgo, ambos com 5,3%. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve alta de 1,1 ponto percentual no desemprego. Em números absolutos, há 26,2 milhões de desempregados na União Europeia e 18,99 milhões na zona do euro.

INFLAÇÃO

Nesta sexta-feira, a Eurostat também divulgou os números da inflação, que desacelerou em janeiro e ficou em 1,8%. O número é abaixo do esperado pelos economistas consultados pela agência de notícias Reuters, que estimavam que a alta dos preços no período fosse de 1,9%.

Desse modo, a taxa está abaixo da meta do Banco Central Europeu, de um valor próximo a 2%. A baixa taxa de desemprego pode incentivar a instituição europeia a tomar medidas mais ousadas para tentar solucionar a crise que afeta a zona do euro.

A mudança na política monetária é necessária para incentivar o crescimento e tirar a região da moeda única da recessão. No quarto trimestre de 2012, o conjunto dos 17 países se contraiu 0,6%, impulsionados pelos maus resultados de Alemanha e França, e o efeito da crise na Espanha e na Itália.


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