Folha de S. Paulo


Cardeais devem se reunir na segunda; início do conclave é incerto

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse nesta quinta-feira que a congregação de cardeais deve se reunir a partir da próxima segunda-feira (4).

Segundo Lombardi, o cardeal decano Angelo Sodano deve confirmar a data do início da reunião em carta que será enviada ao Colégio Cardinalício nesta sexta-feira.

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Uma vez reunidos, os cardeais decidirão a data para o início do conclave, o processo pelo qual será escolhido o novo papa.

Na última segunda-feira, Bento 16 publicou um decreto que muda a lei do Vaticano e abre caminho para antecipar o conclave que elegerá seu sucessor. A mudança significa que não será necessário esperar 15 dias para que seja escolhido o novo pontífice.

Desse modo, a previsão é que o conclave seja adiantado. O decreto modifica a lei imposta por seu antecessor, papa João Paulo 2º, que determinava o período de 15 dias para preparar a reunião.

A nova medida, chamada de Motu Proprio, permite que a escolha do novo pontífice comece assim que todos os cardeais estejam em Roma. O decreto também pode ser usado eventualmente para atrasar o conclave em outras situações.

Sem a medida, o conclave deveria começar no dia 17 de março, o primeiro domingo após o período de 15 dias do cargo vago. A data é uma semana antes do Domingo de Ramos, que abre os rituais da Semana Santa e da Páscoa, um dos principais períodos religiosos do cristianismo.

O CONCLAVE

O processo de votação do papa é chamado de conclave, quando cardeais de diversas nacionalidades decidem a portas fechadas quem será o próximo pontífice.

Primeiro se distribuem as fichas para os cardeais. São escolhidos três escrutinadores.

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A ficha de votação será retangular e terá escrito em sua parte superior as palavras "EligooIn Summum Pontificem". A parte inferior ficará em branco para que se preencha o nome do futuro papa.

O preenchimento das fichas deve ser feito secretamente por cada um dos cardeais eleitores, que deverá utilizar uma grafia que impeça o reconhecimento.

Após o voto, as fichas são depositadas nas respectivas urnas, misturadas e contadas.

Se porventura o número das fichas não corresponder ao número de eleitores, é preciso queimá-las todas e realizar uma segunda votação. Se o número de fichas bater com o total de eleitores, inicia-se a apuração dos votos.

Os votos são lidos e conferidos por três escrutinadores, que leem o voto em voz alta para todos os presentes.

Após a apuração desses votos, os escrutinadores dão início à soma dos votos obtidos pelos diversos nomes, anotando o resultado numa folha separada.

Em seguida, os escrutinadores fazem a soma de todos os votos que cada um obteve. Se ninguém obtiver dois terços dos votos, não haverá papa eleito e iniciará nova eleição. Haverá papa se algum dos nomes escolhidos contar com dois terços dos votos.

Em qualquer uma das situações, os revisores deverão verificar as fichas e anotações dos escrutinadores.

Antes dos cardeais eleitores abandonares a Capela Sistina, todas as fichas serão queimadas pelos escrutinadores.

Após cada votação, é anunciado o resultado por meio da emissão de fumaça pela chaminé da Capele Sistina. A fumaça escura significa que ainda não foi escolhido o novo papa. A fumaça clara, que a escolha já foi feita.


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