Folha de S. Paulo


Espanha mantém recessão e PIB cai 0,8% no quarto trimestre de 2012

A Espanha manteve a recessão no quarto trimestre de 2012 e encolheu pelo sexto trimestre consecutivo, em mais um sinal de agravamento da crise financeira. O PIB do país ibérico se contraiu 0,8% entre outubro e dezembro, informou nesta quinta-feira o Escritório de Estatísticas do país.

O ritmo da queda foi o mais alto desde o segundo semestre de 2009 e agravou a baixa do PIB no ano passado, que fechou com 1,4% em relação a 2011. O resultado anual é o segundo pior da série histórica, iniciada em 1970. No ano retrasado, o país havia crescido 0,4%.

Os principais fatores responsáveis pela queda foram a redução do consumo interno, de 4,7%, das importações e dos gastos do governo. Estes últimos sofreram a influência dos cortes orçamentários aplicados pelo governo de Mariano Rajoy, a pedido das autoridades econômicas europeias.

Além da diminuição dos gastos, funcionários públicos foram demitidos, aumentando a pressão sobre o desemprego, que chegou a 26,2% em janeiro, o segundo mais alto da Europa, atrás da Grécia. A redução dos postos de trabalho agravou a queda do consumo das famílias.

DEFICIT PÚBLICO

Apesar dos efeitos colaterais para a população espanhola, o governo conseguiu reduzir em parte o deficit público nas contas do governo, que fechou o ano em 6,74% do PIB, quatro décimos acima da meta do Banco Central Europeu (BCE), que era de 6,3%.

Os números, no entanto, ficaram abaixo dos resultados do ano passado, de 8,51%, e da estimativa da Comissão Europeia, que esperava um estouro na meta para 10,2%. O resultado, no entanto, ainda não considera os 3,25% do PIB da ajuda financeira aos bancos, aprovada em dezembro.

A Espanha corre o risco de pedir um resgate financeiro ou a compra de títulos da dívida pública pelo BCE devido a sua frágil situação financeira. No entanto, o governo de Mariano Rajoy reluta em fazer o pedido por causa do aumento das medidas de austeridade, que agravariam a recessão no país.


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