Folha de S. Paulo


Compradores egípcios dizem poder garantir oferta de trigo

As importações de trigo do Egito estão caindo acentuadamente neste ano, uma vez que perdura uma crise econômica e política, mas compradores estatais e privados insistem que ainda têm fundos para manter a nação abastecida com pão básico.

Autoridades egípcias e comerciantes reconhecem os problemas do governo com um deficit orçamentário crescente e reservas cambiais em queda, mas dizem que o Estado está alocando financiamento prioritário para as importações de trigo. Eles também apostam num aumento da produção doméstica.

Comerciantes estrangeiros e credores continuam céticos, apontando para uma grande queda tanto nos estoques de trigo --para fornecimento de cerca de três meses ante mais de sete em outubro passado-- e no número de navios de grãos que chegam aos portos egípcios.

Isso, acreditam, é uma evidência de que o fornecedor de grãos do Estado, a Autoridade Geral de Abastecimento de Commodities (Gasc, na sigla em inglês) está enfrentando problemas em manter as importações.

"É uma preocupação constante de que a turbulência política e econômica está tornando um desafio para a Gasc importar trigo", disse o diretor global de comércio e commodities do Rabobank, Karel Valken.

O Egito tem um histórico de problemas de abastecimento de trigo, mas manteve uma forte oferta de pães subsidiados --que são vendidos para os pobres por apenas cinco piastras (menos de 1 centavo de dólar)-- durante todo o levante popular que derrubou o presidente Hosni Mubarak em 2011.


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