Folha de S. Paulo


Cisjordânia tem violentas manifestações de apoio a presos em greve de fome

Dezenas de palestinos ficaram feridos esta sexta-feira (13) em confrontos com forças israelenses na Cisjordânia, durante manifestações celebradas em demonstração de solidariedade com quatro presos em Israel em greve de fome, segundo fontes médicas.

Pero da cidade de Ramallah, 3.000 palestinos marcharam até a prisão militar de Ofer, em frente à qual ocorreram os enfrentamentos, segundo a AFP.

Dois manifestantes, que atiravam pedras contra os soldados, foram feridos a tiros e outros 20 com balas de borracha, segundo fontes médicas e testemunhas palestinas.

O Exército israelense confirmou que os soldados que se sentiram "em perigo" fizeram disparos para o alto.

No posto de controle de Jamaleh, perto de Jenin, no extremo norte da Cisjordânia, mil palestinos enfrentaram soldados israelenses. Quatro manifestantes foram feridos a tiros e 20 por inalar gás lacrimogêneo.

Por outro lado, dez manifestantes foram detidos, informou o exército, detalhando que 150 palestinos atiraram pedras nos soldados.

No bairro de Isawiyeh, em Jerusalém Oriental, centenas de palestinos enfrentaram a polícia israelense e um manifestante sofreu ferimentos em um olho ao ser atingido por uma bala da borracha, afirmaram as testemunhas.

Quatro prisioneiros palestinos (Samer Isaui, Jaafar Ezedin, Ayman Sharawneh e Tariq Qadan) estão em greve de fome há vários meses em protesto contra a polícia israelense por detenção administrativa e "maus tratos". Isaui e Sharawneh começaram a greve em agosto de 2012.

O emissário especial do Quarteto Internacional, Tony Blair, expressou em um comunicado sua "inquietação" diante da "deterioração das condições de saúde dos quatro prisioneiros" e chamou Israel a "respeitar os direitos humanos de todos os prisioneiros e assegurar-lhes a ajuda médica necessária e um recurso jurídico, conforme os padrões internacionais".

Segundo a organização israelense de direitos humanos B'Tselem, ao final de 2012 mais de 4.500 palestinos estavam detidos em prisões israelenses.

A detenção administrativa permite o encarceramento sem indicamento por um período de seis meses renovados indefinidamente.


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