Folha de S. Paulo


Governo teria oferecido 50 mil libras a familiares de vítimas de 'Domingo Sangrento'

Familiares das pessoas que foram mortas no massacre de 1972, conhecido como Domingo Sangrento, na Irlanda do Norte, receberam uma oferta de 50 mil libras esterlinas (R$ 151.859,00), disse a irmã de uma das vítimas nesta quinta-feira à emissora CNN.

Kate Nash chamou a oferta de "insulto". Seu irmão William foi morto no massacre. Segundo Nash, ela nunca aceitaria dinheiro e insiste na perseguição dos soldados britânicos envolvidos.

O ministério da Defesa disse que não tinha comentários imediatos sobre a oferta.

"Discussões com as famílias sobre compensações estão em curso e qualquer especulação sobre pagamentos é inútil e prematura".

"O primeiro-ministro já pediu desculpas pelos eventos do Domingo Sangrento", disse o ministério.

Um total de 14 pessoas foram mortas quando tropas britânicas abriram fogo contra uma marcha pelos direitos civis em Londonberry (chamada de Derry pelos católicos), na Irlanda do Norte, em julho de 1972. Na ocasião, 13 homens morreram e um outro morreu em função de seus ferimentos quatro meses depois.

AP
Foto de arquivo mostra familiares dos norte-irlandeses mortos em 1972 pelo Exército britânico
Foto de arquivo mostra familiares dos norte-irlandeses mortos em 1972 pelo Exército britânico

Divulgado em 2010, um relatório afirmou que disse que os oficiais não tinham nenhuma razão para acreditar que estavam sob ameaça das vítimas e que os mesmos não deram avisos antes dos disparos e que mentiram para o inquérito oficial.

O primeiro-ministro, David Cameron, classificou as mortes como "injustificadas e injustificáveis" após a emissão do relatório e, em setembro de 2011, o governo britânico anunciou que iria pagar uma indenização aos familiares dos mortos.

As mortes ajudaram a fortalecer o apoio ao IRA (Exército Republicano Irlandês) durante os primeiros anos do período de 30 anos de violência entre forças pró-britânicas e pró-nacionalistas irlandesas conhecido como "The Troubles".

O período de três décadas custou cerca de 3.000 vidas, sendo 1972 o ano de maior violência.


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