Folha de S. Paulo


Apesar de sanções, Ahmadinejad diz que ofereceu empréstimo ao Egito

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse que ofereceu um empréstimo ao Egito durante visita ao país, que começou na terça (5), em entrevista publicada pelo jornal "Al Ahram" nesta quarta-feira. O dinheiro foi ofertado apesar das sanções financeiras impostas pelos Estados Unidos e a União Europeia.

O Egito passa por uma forte crise financeira causada pela queda das vendas à Europa e pelo aumento da instabilidade política devido às medidas que aumentam o poder do presidente Mohamed Mursi e os protestos da oposição provocados pelos decretos.

Outro setor afetado pela instabilidade foi o turismo vindo do exterior. Na terça (5), o país divulgou que suas reservas estrangeiras haviam caído abaixo do nível de US$ 15 bilhões que cobre três meses de importações, apesar de depósitos recentes do Qatar para apoiá-lo.

Na entrevista, Ahmadinejad não afirmou se recebeu alguma resposta sobre a proposição ao Cairo. "Eu já disse anteriormente que podemos oferecer uma linha de crédito grande para os irmãos do Egito, e muitos serviços".

O presidente disse que a economia iraniana foi afetada pelas sanções dos Estados Unidos e da União Europeia devido ao programa nuclear, mas que é uma "grande economia" e que viu índices positivos sobre os resultados de 2012, como o aumento gradual das exportações.

Ahmadinejad disse que houve pouco progresso na restauração dos laços entre os dois Estados mais populosos do Oriente Médio durante a visita ao Cairo. Ontem, o iraniano foi recebido com tapete vermelho por Mursi, mas encontrou resistência de líderes religiosos e políticos.

As relações diplomáticas entre os dois países foram interrompidas em 1979, no ano da Revolução Islâmica no Irã e de um tratado assinado entre Egito e Israel. Teerã não reconhece o Estado judaico e suas principais figuras políticas pregam sua destruição.


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