Folha de S. Paulo


Acidente mata ex-militar paraguaio Lino Oviedo

Morreu ontem, num acidente aéreo, o ex-militar paraguaio Lino César Oviedo, 69. Participante do golpe que derrubou o general Alfredo Stroessner (1989), Oviedo fez, ao longo de sua vida, várias tentativas, democráticas e ilícitas, de chegar à Presidência.

Atualmente, era candidato às eleições de 21 de abril. Oviedo as disputaria pelo partido que criou, a União Nacional de Cidadãos Éticos.

O acidente ocorreu quando o candidato voltava de um comício em Concepción. O helicóptero em que viajava caiu em Presidente Hayes, na província do Chaco. Morreram também o piloto e um segurança; as causas da queda não foram identificadas.

Após o golpe contra Stroessner, Oviedo ascendeu dentro do Exército e ganhou popularidade. Ele passou a opinar e influenciar na vida política paraguaia. Seu vínculo mais forte foi com o presidente Juan Carlos Wasmosy. Depois de ajudá-lo a eleger-se, transformou-se em opositor e chegou a planejar golpe de Estado contra ele, em 1996.

O golpe foi evitado depois de articulação diplomática que envolveu o brasileiro Fernando Henrique Cardoso.

Em 1998, era favorito para as eleições, mas Wasmosy o levou a julgamento. Oviedo foi condenado a dez anos de cadeia e perdeu o direito de concorrer ao cargo. Seu vice, Raúl Cubas, venceu o pleito e o livrou da condenação.

Em 1999, Oviedo foi acusado de envolvimento no assassinato do vice paraguaio Luis María Argaña. Devido às pressões por sua prisão, refugiou-se na Argentina e, depois, no Brasil, onde permaneceria exilado por quatro anos.

Retornou ao Paraguai em 2004 e, em 2007, foi absolvido da acusação de armar o golpe de 1996. Sua condenação foi anulada. (SC)


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