Folha de S. Paulo


Pesquisas de boca de urna apontam reeleição de premiê israelense

Pesquisas de boca de urna divulgadas na tarde desta terça-feira projetam que houve uma vitória apertada da coalizão Likud-Beitenu na eleição parlamentar israelense. O grupo, liderado pelo premiê, Binyamin Netanyahu, conquistou 31 das 120 cadeiras disponíveis no Knesset (Parlamento), segundo três diferentes levantamentos divulgados pela TV israelense.

Se reeleito, Netanyahu ganhará um terceiro mandato, depois de ter servido como primeiro-ministro na década de 1990 e novamente desde 2009.

Segundo a pesquisa do Canal 2, o centrista Yesh Atid obteve 19 assentos; e o Trabalhista, 17. O partido religioso nacionalista Bait Yehudi (Lar Judeu) obteve 12 vagas. O segundo lugar do Yesh Atid é tido como uma surpresa.

O primeiro-ministro votou por volta das 9h com a mulher, Sara, e os dois filhos, em um colégio de Rehavia, bairro nobre do centro de Jerusalém Ocidental, onde se localiza a residência oficial. Ao sair da seção eleitoral, pediu o apoio de setores religiosos moderados e dos jovens ao Likud, seu partido.

O comparecimento popular nas eleições israelenses desta terça-feira (21), até às 18h local (14h de Brasília), quatro horas antes do encerramento do processo, era de 55,5%, mais de cinco pontos acima da votação de 2009, e a maior desde 1999, informou a Comissão Eleitoral Central. Cerca de 5,6 milhões de israelenses têm direito de votar.

ALIANÇA

Netanyahu deve encarar um dilema para formar sua coalizão de governo. Uma aliança formada pelos aliados naturais da direita religiosa daria a Netanyahu uma maioria automática, mas enterraria as chances de um acordo com os palestinos e aumentaria a pressão internacional contra Israel.

Por outro lado, a inclusão de partidos de centro melhora a imagem externa de Israel --o problema é conciliar as agendas divergentes dos parceiros em potencial.

O Bait Yehudi sustenta uma retórica agressiva contra o processo de paz com os palestinos. Netanyahu chegou a dizer que apoia a solução de dois Estados, ou seja, a convivência pacífica de Israel ao lado de um Estado palestino, mas pouco fez para promovê-la.

Nesta terça-feira, o Reino Unido disse que as perspectivas para uma solução de dois Estados estão quase perdidas por causa da expansão de assentamentos judaicos em território ocupado, e advertiu Israel de que o país está perdendo apoio internacional.

"Eu espero que qualquer governo israelense que surgir... reconheça que estamos nos aproximando da última chance de trazer essa solução", disse o chanceler, William Hague, ao Parlamento britânico.


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