Folha de S. Paulo


Presidente do Mali diz que combate a rebeldes será 'custoso e desafiador'

O presidente do Mali, Dioncounda Traoré, afirmou neste sábado que a guerra contra os fundamentalistas que ocupam parte do território do país será "custosa e desafiador".

Em discurso televisionado por ocasião do 52º aniversário da criação da Marinha malinesa, Traoré afirmou que os malineses não renunciarão ao modelo republicano e laico. "Os sacrifícios e a mobilização internacional com o Mali nos permitirá caçar os jihadistas", disse.

Para aumentar a moral das forças armadas locais, o presidente prometeu recursos, equipamento e formação.

No último dia 11, a Marinha malinesa, apoiada por forças francesas, lançou uma operação para interromper o avanço para o sul do país de milícias extremistas islâmicas que dominaram o norte mais de nove meses atrás.

Numa segunda etapa, as forças malinesas pretendem retomar, com a ajuda de forças do oeste da África, o controle das localidades do norte. A força recebeu mandato da ONU (Organização das Nações Unidas) e é denominada Missão Internacional de Apoio ao Mali (Misma).

Os riscos cresceram muito nesta semana, quando militantes armados citaram a intervenção francesa como pretexto para atacar uma usina de gás na vizinha Argélia e tomar reféns. Há um número desconhecido de mortos e mais de 20 estrangeiros permanecem detidos ou desaparecidos neste sábado.

TROPAS

A crise forçou as nações africanas a acelerarem sua própria missão em Mali, o que estava planejado para acontecer somente em setembro.

Cerca de 2.000 membros da Misma devem ser enviados ao Mali até 26 de janeiro. Uma centena de soldados togoleses e nigerianos já chegaram a Bamako. Oito países da África Ocidental --Nigéria, Togo, Benin, Senegal, Níger, Guiné, Gana e Burkina Faso-- mais o Chade anunciaram sua contribuição com a Misma. No total, serão 5.300 soldados do continente africano enviados.

Dois mil soldados franceses já estão no território do Mali e este número deve chegar a 2.500 em breve, segundo Paris.

O país afirmou que permanecerá ali o tempo que precisar para restaurar a estabilidade, mas Paris quer entregar a liderança da missão às tropas africanas o quanto antes.

Editoria de arte/Folhapress

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