Folha de S. Paulo


Argélia confirma morte de 23 reféns e 32 sequestradores em usina

Um total de 23 reféns e 32 sequestradores foram mortos durante os quatro dias da ocupação de uma usina de gás na Argélia, informou neste sábado o Ministério do Interior do país. A ação terminou neste sábado com um ataque final pelas forças especiais do Exército argelino. O balanço, ainda provisório, também contabiliza a libertação de 685 reféns argelinos e 107 estrangeiros.

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O ataque começou quando militantes do grupo Signatários por Sangue, que se diz ligado à rede terrorista Al Qaeda, atacaram o campo de exploração de gás, na quarta-feira (16), dizendo ser uma represália ao ataque francês contra islamitas que controlam o norte do vizinho Mali. O governo argelino teria se tornado alvo porque autorizou o uso de seu espaço aéreo pela França.

Militantes já haviam alertado sobre ataques terroristas, e grandes cidades da França entraram em estado de alerta máximo.

Na quinta-feira (17), o Exército da Argélia atacou de surpresa o complexo, libertando centenas de reféns e provocando mortes. Neste sábado, as forças realizaram a ofensiva final. Desde o início da ação, os dados a respeito da situação no local e das vítimas são desencontrados e incompletos.

O comunicado deste sábado, uma vez mais, não informa a nacionalidade dos reféns mortos. De acordo com o premiê britânico, David Cameron, cinco cidadãos britânicos, por exemplo, permanecem desaparecidos. "Nós esperamos pelo pior", disse. A morte de um britânico já havia sido confirmada.

O presidente-executivo da BP, Bob Dudley, disse neste sábado que quatro de seus 18 funcionários na planta de gás estavam desaparecidos. Outros 14 estão a salvo.

O Exército argelino confirmou também neste sábado a apreensão de diversos armamentos, incluindo tipos diferentes de fuzis, dois morteiros, seis mísseis, dois lança-granadas e dez granadas em cintos explosivos.

VIOLÊNCIA

O Ministério justificou a rápida intervenção como o único modo de evitar mais mortes.

"Para evitar um banho de sangue e dada a extrema periculosidade da situação, levando em conta, além disso, a intenção manifesta dos terroristas de fugir com os reféns e explodir as instalações de gás, as forças especiais do Exército efetuaram com eficácia e profissionalismo uma intervenção precisa para neutralizar o grupo terrorista", conclui a nota.


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