Folha de S. Paulo


Sequestradores ameaçam explodir campo de gás se exército tentar resgate

Os sequestradores que fizeram reféns diversos funcionários de um campo de tratamento de gás no sudeste da Argélia advertiram neste sábado que vão atear fogo ao local, se suicidando e também matando os trabalhadores, se o exército argelino tentar uma nova operação de resgate.

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Em ligação telefônica à agência privada de notícias mauritana Al Akhbar, o líder dos sequestradores, Abderrahman Neijeri, também conhecido como Abu Dujana, afirmou que ele e os comparsas espalharam explosivos por todas as partes do complexo e por seus próprios corpos, e podem ativá-los a qualquer momento.

Na conversa telefônica, que segundo a agência aconteceu nesta manhã, Abu Dujana explicou que as negociações com os interlocutores oficiais argelinos estão em ponto morto "por sua obstinação".

"Só lhes restam duas opções: ou reiniciar as negociações ou assinar a sentença de morte dos reféns que estão dentro do complexo", ameaçou.

De acordo com seu relato, no campo de gás há vinte sequestradores que vigiam sete reféns, de nacionalidades norueguesa, britânica, americana e japonesa.

DESCOBERTA DE CORPOS

As forças especiais do exército da Argélia descobriram nas últimas horas os corpos de 15 pessoas, entre reféns e terroristas, no campo de gás da cidade de In Amenas, tomado desde quarta-feira por um grupo armado formado por radicais islâmicos, segundo o jornal local "Ennahar".

O jornal diz que os corpos estão carbonizados e foram localizados entre a noite de sexta-feira e a manhã de hoje. Os últimos números oficiais do sequestro, divulgados ontem, informam sobre a morte de 12 reféns e de 18 terroristas.

Além disso, segundo os dados, cerca de 30 reféns de nacionalidades estrangeiras permanecem dentro do complexo. Os terroristas afirmam que ainda têm em seu poder sete reféns de nacionalidade não argelina.

Na quinta-feira passada, o exército argelino fez uma operação em uma parte das instalações, que ficam em uma região desértica a 1.600 quilômetros a sudeste de Argel.

Na ação, 573 argelinos e cerca de 100 trabalhadores estrangeiros foram resgatados.

Editoria de arte/Folhapress

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