Folha de S. Paulo


Funcionários do metrô de Lisboa fazem greve geral contra cortes

Os funcionários do metrô de Lisboa fazem nesta terça-feira uma greve contra os cortes no Orçamento impostos pelo governo de Portugal no ano passado. As medidas são uma resposta à crise financeira e às exigências dos credores para honrar um resgate de € 78 bilhões (R$ 202,6 bilhões).

Segundo os sindicatos da categoria, a adesão foi de quase 100% dos empregados. A paralisação provocou o corte total do serviço de 6h30 às 10h30 (4h30 às 8h30) de hoje na capital portuguesa.

A circulação de trens pelas vias do metrô foi suspensa até as 10h30 por decisão dos dirigentes da companhia, e as estações amanheceram fechadas para evitar confusões aos usuários.

Os funcionários do metrô protestam contra a redução salarial e o corte dos salários de verão e Natal, assim como pelas alterações nos pagamentos por feriados ou a redução de horas-extras, medidas todas elas introduzidas ao longo do ano passado.

O governo lusitano, por sua parte, quantificou em € 200 mil (R$ 520 mil) o impacto do dia de greve parcial por parte dos empregados do serviço suburbano. Segundo a companhia, o metrô transporta 450 mil pessoas por dia.

O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, lamentou em entrevista à agência estatal Lusa o efeito "prejudicial" da greve nas contas da empresa e diz que a paralisação acelerará o processo de privatização da empresa.

A venda da controladora do transporte ferroviário é um dos principais alvos do processo de privatização do governo português. A mudança é rejeitada pelos trabalhadores, que, devido a isso, convocaram greves nos últimos dois anos.


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