Folha de S. Paulo


BCE mantém taxa de juros no euro; Draghi diz que crise se estabilizou

O Banco Central Europeu manteve nesta quinta-feira sua taxa de juros em 0,75% e adiou novas medidas de estímulo econômico enquanto avalia a evolução da crise financeira. Logo após o anúncio, o presidente do BCE, Mario Draghi, disse que a economia europeia está se estabilizando.

"Ainda devemos ter recessão no ano que vem, mas, a partir do segundo semestre, a economia deverá se recuperar gradualmente. Vários indicadores estabilizaram, ainda que a níveis baixos, e a confiança do mercado melhorou consideravelmente".

Draghi afirmou que o banco decidiu manter a taxa porque a inflação ainda está acima da meta de 2%. O índice fechou em dezembro a 2,2%, mas a expectativa é que, com a manutenção dos juros, seja possível a queda da inflação durante o ano.

Para tanto, ele pediu aos governos que aprovem a união dos bancos da moeda única, além de continuar as medidas de restrição orçamentária, como a aprovação de novas leis trabalhistas e cortes de custos no serviço público.

Com isso, Draghi diz esperar manter a meta de redução da dívida e do deficit público, duas das principais causas da crise financeira nos países europeus, e retomar o crescimento.

COMPRA DE TÍTULOS

O BCE quer transmitir suas taxas de juros baixas para todos os integrantes da zona do euro --onde as taxas de juros do mercado variam bastante --e busca fazer isso reduzindo os rendimentos de títulos soberanos com seu novo programa de compra de títulos.

Mas não pode usar o plano para comprar os títulos da Espanha --primeiro na fila por apoio-- até que Madri peça um resgate, condição para o BCE intervir com o novo programa, chamado de Transações Monetárias Diretas (OMT, na sigla em inglês).

O BCE manteve sua principal taxa de juros pelo sexto mês seguido. Também deixou a taxa de depósito em 0% e a de empréstimo, em 1,5%.


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