Folha de S. Paulo


BCE deverá manter juros após sinais de estabilidade na Europa

O Banco Central Europeu deverá manter os juros básicos da zona do euro em 0,75% nesta quinta-feira, após sinais de estabilidade da economia e inflação acima da meta de 2%. A região está em crise financeira devido ao aumento da dívida pública de países da moeda única.

Apesar da recessão, dados recentes indicam que as economias da região começam a se estabilizar. A expectativa é que o presidente do BCE, Mario Draghi, se mostre mais otimista na entrevista coletiva após a tomada de decisão sobre a taxa de juros.

O Conselho do BCE, formado por 23 membros, iniciou sua reunião em Frankfurt por volta das 9h (6h em Brasília), para avaliar a decisão política deste mês.

Analistas consultados pela agência de notícias Reuters afirmam que a entidade deverá manter as taxas, embora não tenham concordado com a chance de cortes nos próximos meses devido a um cenário obscuro.

"As taxas estão definitivamente na espera. Nada foi espetacular o suficiente nos dados recentes para forçar o BCE a tomar qualquer ação", disse o economista do Deutsche Bank Gilles Moec.

"Existe uma recessão, mas não mais deterioração. Os empréstimos estão fracos, mas também não se deterioram mais, então o BCE não está instigado a agir."

'PIOR JÁ PASSOU'

O Conselho deve encontrar algum conforto na melhora do sentimento empresarial e na pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), que deram sinais de que o pior da contração pode ter passado.

"Desde a reunião de dezembro importantes dados, em geral, surpreenderam de forma positiva", disse o analista da Nordea Anders Svendsen em nota a investidores.

As projeções do BCE publicadas no mês passado estimam a inflação em cerca de 1,4% em 2014, o que normalmente justificaria outro corte na taxa de juros.

O banco central também vê a inflação caindo abaixo de 2% neste ano, com as pressões inflacionárias permanecendo moderadas.

Mas a inflação desacelerou mais lentamente do que o BCE esperava inicialmente, e enquanto ficar longe da meta --tem estado acima de 2% há mais de dois anos --um corte será difícil de justificar.


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