Folha de S. Paulo


Líder opositor pede renúncia do premiê iraquiano e antecipação das eleições

O ex-primeiro-ministro iraquiano Ayad Allawi pediu a renúncia do do premiê Nuri al Maliki e a antecipação do pleito legislativo, como forma de resolver a atual crise política no país.

Allawi, dirigente da aliança opositora Al Iraqiya, apoiada pelos sunitas, deu essas declarações em discurso televisionado que dirigiu ao povo ontem à noite e foi publicado pela imprensa local neste sábado.

"Apoio a convocação de Maliki de eleições parlamentares antecipadas através de sua renúncia e da formação de um governo transitório que saia do Parlamento e sob a observação da ONU", apontou Allawi.

Em 27 de junho, Maliki anunciou que convocaria eleições legislativas antecipadas para resolver a crise política, mas não precisou a data de sua realização.

"O Executivo deve apresentar sua renúncia para que as forças políticas iraquianas possam resolver os problemas, e é preciso conseguir o equilíbrio e a justiça entre os filhos do povo iraquiano", assegurou o ex-premiê.

Allawi pediu à Aliança Nacional Iraquiana, do ex-primeiro-ministro xiita Ibrahim al Jaafari, que se aliou à coalizão Estado de Direito, dirigida por Maliki, para aceder ao governo em 2010, que convença o chefe do gabinete a renunciar e que eleja entre seus membros um outro candidato para esse posto.

Sobre as manifestações realizadas nas últimas semanas em diferentes províncias de maioria sunita, Allawi considerou que são "um direito legítimo" e solicitou que prossigam de forma pacífica.

Além disso, fez uma chamada para que se alcance a justiça social entre os cidadãos e sejam libertados os detidos sem acusações, que são alguns dos pedidos feitos pelos manifestantes sunitas que se queixam da discriminação sofrida por parte do governo.

Os protestos explodiram na província de Al-Anbar, no oeste do país, e se estenderam a outras regiões após a detenção, em 20 de dezembro, de vários guarda-costas do ministro das Finanças, Rafea al Isaui, membro da Al Iraqiya, de tendência laica e integrada por líderes sunitas e xiitas.


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