Folha de S. Paulo


Obama liga para líderes do Congresso e busca acordo bipartidário

O presidente reeleito dos Estados Unidos, Barack Obama, ligou para os líderes da Câmara e do Senado de ambos os partidos políticos na noite de ontem e nesta quarta-feira (7) para expressar seu compromisso de querer trabalhar em conjunto na contenção do deficit público e na redução de impostos.

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"O presidente reiterou seu compromisso de encontrar soluções bipartidárias para: reduzir nosso deficit de forma equilibrada, cortar impostos para famílias de classe média e pequenas empresas e criar empregos", disse um funcionário da Casa Branca por e-mail à agência de notícias Reuters.

"O presidente disse acreditar que o povo americano enviou uma mensagem na eleição de ontem, que os líderes de ambos os partidos precisam deixar de lado seus interesses partidários e trabalhar com o propósito comum de colocar os interesses do povo americano e da economia americana em primeiro lugar."

O democrata falou com o porta-voz republicano da Câmara de Representantes, John Boehner, com o líder da maioria no Senado, Harry Reid, com o líder republicano do Senado, Mitch McConnell, e com a líder democrata na Câmara, Nancy Pelosi, informou a Casa Branca.

Além de escolher o presidente pelos próximos quatro anos, os americanos votaram ontem em nomes para a Câmara dos Representantes (equivalente à Câmara dos Deputados brasileira), para o Senado e para as assembleias estaduais.

A apuração parcial dos votos mostra que os republicanos mantiveram seu controle sobre a Câmara dos Representantes –embora tenham perdido vagas em relação a 2010 (nos EUA, a Câmara é renovada a cada dois anos).

Os republicanos garantiram 232 dos 435 assentos na Câmara (53,3% do total), contra 241 atualmente. Os democratas ficaram com 192 assentos (44,1%), ante 194 na atual legislação. As 11 vagas restantes estão pendentes da apuração, segundo a agência EFE.

Os democratas preservaram sua maioria no Senado, com pouca alteração no total de assentos –apenas um terço da casa foi renovada porque o mandato de senador é de seis anos no país.

Os partidários de Obama aumentaram sua participação de 51 para 52 vagas –de um total de cem– na eleição de ontem. Os republicanos perderam duas cadeiras –de 47 para 45. As três vagas restantes ficaram com candidatos independentes.

A composição do Congresso mostra que Obama continuará enfrentando um parlamento dividido e polarizado em seu segundo mandato –o que exige difíceis negociações e bastante desgaste político.

A reforma do sistema de saúde aprovada neste ano é o maior exemplo disso. A lei foi revogada pela Câmara, que tem maioria republicana, mas foi aprovada em seguida pelo Senado, de maioria democrata.

APOIO DE MULHERES E HISPÂNICOS

Na eleição presidencial, duas parcelas da população americana foram definitivas para a reeleição de Obama: as mulheres e os hispânicos.

Segundo a pesquisa boca de urna Reuters/Ipsos, feita no dia da eleição, o democrata recebeu 55% dos votos femininos e seu oponente republicano, Mitt Romney, 43%. Se ratificado o resultado nas urnas, Obama registrará a mesma taxa obtida em 2008 entre as mulheres.

Entre os hispânicos, ele recebeu cerca de 66% dos votos, de acordo com a mesma pesquisa, a mesma taxa de quatro anos atrás.

O jornal "The New York Times" disse que o presidente reeleito venceu entre os jovens, mas recebeu menos votos do que em 2008. Em seu discurso da vitória, o democrata deixou clara a importância dos três grupos em seu governo.


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