Folha de S. Paulo


Nas ruas, protestos turbinam semana complicada de Eduardo Cunha

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Na semana em que a fragilidade de Eduardo Cunha atingiu o ápice em Brasília, mulheres foram às ruas contra o presidente da Câmara e seu Projeto de Lei 5.069, que restringe o direito ao aborto a mulheres vítimas de estupro. Com isso, acabaram dando força a outros atos de movimentos que já vinham pedindo a cassação do deputado, mas que de alguma forma estavam escondidos, sem tanta visibilidade.

Alvo de investigações da Justiça desde a descoberta de que mantinha contas bancárias na Suiça com dinheiro de origem suspeita, Cunha perdeu aliados. Viu, durante a semana, o mais importante partido da oposição, o PSDB, desvincular-se de sua imagem que, por um bom tempo, ocupou de modo informal o papel de liderança contra o Planalto.

Se não bastasse o PSDB, setores do próprio PMDB já torcem pelo afastamento de Cunha para que o pedido de impeachment de Dilma Rousseff possa ser conduzido por alguém que, nas palavras de integrantes dos dois grupos, não "desmoralize" o processo de deposição da petista.

Apesar dos contratempos, Cunha continua tendo força, com o apoio dos principais partidos. É o que informa a repórter do "Painel" Thais Arbex nas imagens acima.

Para a jornalista, as manifestações de rua retratadas no vídeo podem justamente convencer siglas a levar o discurso 'fora, Cunha' para dentro da Casa. Seria a chance para que partidos, principalmente o PT, deixassem de aceitar as manobras que o deputado faz no Conselho de Ética com o objetivo de evitar a própria cassação.

Na última quinta-feira (12), centenas de mulheres fizeram protestos em São Paulo e no Rio contra Cunha e o Projeto de Lei 5.069. No dia seguinte, foi a vez de mais de 600 manifestantes, segundo a PM, se reunirem em São Paulo para criticar todas as iniciativas da pauta conservadora do líder peemedebista.

Cunha é investigado na operação Lava Jato, acusado de ter sido beneficiário de esquema de corrupção na Petrobras. Na sexta-feira (6), ele reconheceu sua ligação com contas suspeitas na Suíça, mas disse que a origem do dinheiro é lícita.


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