Folha de S. Paulo


Onda de aquisições da Shell evidencia corrida por energia limpa

Raimundo Paccó - 26.mai.16/FramePhoto/Folhapress
SÃO GONÇALO DO AMARANTE, CE, 26.05.2016: PARQUE-EÓLICO - Parque eólico Taiba no município brasileiro de São Gonçalo do Amarante, no estado do Ceará, com capacidade de produção de 519 megawatts. Ceará é atualmente o maior produtor de energia eólica do Brasil, são 18 parques instalados com capacidade de produção de 519 megawatts, o que corresponde a 56% da produção nacional. (Foto: Raimundo Paccó/FramePhoto/Folhapress)
Parque eólico no Ceará, Estado que concentra grande parte da geração de energia limpa do Brasil

A Shell gastou mais de US$ 400 milhões em uma série de aquisições nas últimas semanas, de uma empresa de energia solar a pontos de recarga de carros elétricos, intensificando sua corrida para crescer além do negócio de petróleo e gás e reduzir suas emissões de carbono.

As aquisições são ainda de pequeno porte diante do orçamento anual de US$ 25 bilhões da petroleira anglo-holandesa para investimentos, mas seus primeiros passos nos setores de energia solar e de varejo em eletricidade em muitos anos mostram uma crescente urgência em desenvolver negócios em energia limpa.

Os investimentos não se limitaram a renováveis como biocombustíveis, energia solar e eólica. A Shell, assim como suas rivais BP, Exxon Mobil e Chevron, está apostando em uma crescente demanda por gás, o combustível fóssil menos poluente, como fonte que produzirá a energia para abastecer a esperada expansão dos carros elétricos nas próximas décadas.

Para isso, a Shell fechou em dezembro a compra da fornecedora independente de energia britânica First Utility, por cerca de US$ 200 milhões, segundo diversas fontes próximas ao negócio. O valor da aquisição não havia sido divulgado anteriormente.

A Shell recusou-se a comentar.

Em janeiro, a companhia voltou a investir no setor solar após um hiato de 12 anos, com a compra de uma fatia de 43,86% na Silicon Ranch Corporation, por US$ 217 milhões.

Nos últimos três meses de 2017 a Shell também investiu em dois projetos para desenvolver estações de carga de veículos elétricos em rodovias europeias e assinou acordos para comprar energia solar no Reino Unido e desenvolver redes de energia renovável na Ásia e na África.

FUSÕES E AQUISIÇÕES

Segundo analistas do Bernstein, as grandes petroleiras investiram mais de US$ 3 bilhões em aquisições renováveis ao longo dos últimos cinco anos, a maior parte dos recursos em energia solar.

As fusões e aquisições "verdes" hoje representam em média 13% da atividade total de M&A, disseram os analistas.

Outras empresas também fizeram investimentos, como a BP, que voltou à energia solar com um investimento de US$ 200 milhões na geradora solar Lightsource, no final do ano passado, seis anos após sair do setor com grandes prejuízos. A Total também comprou uma empresa de produção de baterias, a Saft, por US$ 1 bilhão em 2016.


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