A confiança da construção brasileira iniciou 2018 no nível mais alto em dois anos, indicando retomada da atividade e do emprego, informou a FGV (Fundação Getulio Vargas) nesta sexta-feira (26).
O ICST (Índice de Confiança da Construção) do país teve alta de 1,5 ponto em janeiro e chegou a 82,6 pontos, maior patamar desde janeiro de 2015, quando foi a 85,4 pontos.
"A alta da confiança dos empresários da construção pode ser vista como uma promissora indicação do desempenho setorial nos próximos meses. Ela traz indícios, por exemplo, de retomada da atividade nos últimos meses", disse a coordenadora de projetos da construção da FGV/IBRE, Ana Maria Castelo, em nota.
A principal influência para o resultado do mês de janeiro foi a perspectiva de curto prazo, com o índice de expectativas avançando 3,3 pontos, para 95,9 pontos.
Por outro lado, o índice da situação atual recuou 0,2 ponto em janeiro após sete altas seguidas e foi a 69,9 pontos.
O setor da construção civil tem demonstrado mais dificuldade na retomada da criação de vagas quando comparado a outros setores, mas vem dando alguns sinais positivos.
Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados também nesta sexta mostram que a construção civil fechou o ano com um saldo negativo de vagas de 103,9 mil, enquanto comércio ficou no azul com 40,1 mil vagas criadas e o setor de serviços, com quase 37 mil.
A FGV destacou ainda que a proporção de empresas que relataram redução do número de funcionários nos meses seguintes caiu para 18,8% em janeiro, contra 26,2% em dezembro, enquanto as que projetam aumento das vagas correspondiam a 18,3%, ante 14,2% em dezembro.
"Por ser um setor tão intensivo em mão de obra, este é um sinal inequívoco de melhora do ambiente de negócios das empresas", afirmou Castelo.
O nível de utilização da capacidade do setor registrou avanço de 2,2 pontos percentuais, para 66,2%.
Em nota separada, a FGV informou ainda que o Índice Nacional de Custos da Construção acelerou a alta a 0,28% em janeiro, ante 0,14% em dezembro.