Folha de S. Paulo


Riqueza cresce no mundo, mas 2018 pode ser difícil

Kai Pfaffenbach/Reuters
Economia da zona do euro cresceu 0,6% no 2º trimestre na comparação com os três meses anteriores
Mudança na política monetária na zona do euro pode reduzir fluxo de recursos

O aumento de juros nos Estados Unidos e a mudança na política monetária na zona do euro podem reduzir o fluxo de recursos que impulsionou as Bolsas em 2017, e é possível que os mercados passem por uma correção nos próximos meses, segundo Marcelo López, gestor de recursos na L2 Capital Partners.

"Os mercados acionários estão muito esticados e hoje o pessoal que está na Bolsa tem medo de sair e perder performance", afirma. "Estamos vendo o princípio de uma bolha, por causa do alto nível de endividamento dos países e das famílias."

Em setembro, o grupo Allianz publicou um relatório que mostrava que a riqueza global cresceu 7,1% em 2016 na comparação com o ano anterior, para um recorde de € 169,2 trilhões. Por outro lado, o endividamento aumentou 5,5% e atingiu o maior patamar desde 2007.

O estudo mostra que o crescimento do endividamento acelerou notadamente após 2013. Baixas taxas de juros, continua o relatório, tornam o crédito mais atrativo, o que pode ter aumentado as concessões de empréstimos.

Nos Estados Unidos, por exemplo, o endividamento das famílias cresceu a um ritmo médio de 2,3% ao ano entre 2006 e 2016.

Arne Holzhausen, responsável por seguros e mercados desenvolvidos da equipe de pesquisa do grupo Allianz, vê riscos ao atual cenário econômico, embora com um grau menor de cautela.

"A recuperação global ampla é um forte condutor para crescimento de ativos. A política monetária ainda dá sustentação e, embora alguns cantos dos mercados financeiros pareçam um pouco espumosos, nós, no geral, não estamos em um terreno de bolha", diz.

O comportamento de grandes mercados - Alta da Bolsa em dólar neste ano, em %


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