Folha de S. Paulo


Anhembi Morumbi vai demitir mais de 10% do quadro de professores, diz sindicato

Eduardo Anizelli/Folhapress
SÃO PAULO, SP, BRASIL, 16.09.2015 - Prédio da Anhembi Morumbi na av. Paulista, onde alunos saíram das aulas devido ao tremor em SP. Reflexos de um terremoto de magnitude 8,3, com epicentro no Chile, foram sentidos e na cidade de São Paulo na noite desta quarta-feira (16). (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress) --- BRASIL-EDUCAÇÃO
Prédio da Anhembi Morumbi na av. Paulista

A Laureate, dona da Anhembi Morumbi, irá demitir 150 professores da universidade neste final de ano, segundo o Sinpro-SP (Sindicato dos Professores de São Paulo).

O sindicato afirma que a escola tem entre 1.000 e 1.100 docentes.

A faculdade não confirma os números e diz em nota que as demissões fazem parte de movimento sazonal do setor. Devido a convenções coletivas, os desligamentos de professores são concentrados em dezembro.

"No encerramento de cada semestre letivo, as instituições de ensino superior promovem alterações no quadro de docentes, com contratações, promoções, realocações, substituições e desligamentos de professores", diz a Anhembi em nota.

DEMISSÕES

O corte ocorre semanas após a Estácio desligar 1.200 professores.

Outras universidades também demitiram, neste mês, entre elas a Metodista (50 docentes), Mackenzie (cerca de 100) e UniRitter (128), esta última também da Laureate e com atuação no Rio Grande do Sul.

Sindicatos atribuem o movimento a busca das instituições por ajustar suas margens após a redução financiamentos estudantis promovidos pelo governo, enquanto as escolas afirmam que o movimento é natural no setor neste período do ano.

Elizabeth Guedes, vice-presidente da Anup (associação que reúne as universidades privadas) afirma que as demissões são normais nesta época do ano.

Ela relativizou a demissão de 1.200 professores feita pela Estácio nas últimas semanas. "A Estácio tem 10 mil professores. A demissão dela é de 8,7% do quadro. É uma flutuação pequena", diz.

Guedes também justifica as demissões afirmando que muitos dos professores estão desatualizados e precisam ser trocados.

"Eu ouvi professores dizendo que tinham não sei quantos anos de casa. Ok, mas no seu perfil como professor, você tem que se manter atualizado. Muitos deles não estão mais."

Ela atribui as reclamações dos sindicatos à necessidade de mostrar aos professores que eles são úteis, que passaram a ter após a reforma trabalhista acabar com o imposto sindical.

"Isso é coisa de sindicato. É política. Quem está se aproveitando da legislação trabalhista são os sindicatos. Não nós. No ano passado e no retrasado eles não falaram nada. Por que estão falando neste ano? Porque acabou o imposto sindical obrigatório", diz.


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