Folha de S. Paulo


Tecnologia por trás de moeda virtual é o que determina seu valor

Benoit Tessier/Reuters
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A possibilidade de o bitcoin ser a moeda do futuro é incerta, mas a tecnologia por trás dele, o blockchain, já é adotada por empresas para tornar transações mais seguras e pode ser usada como base para determinar o "preço justo" da divisa.

O blockchain funciona como um livro-caixa das transações. Cada registro é um novo bloco. Sua falsificação é improvável, porque o sistema é descentralizado —como se, ao gastar R$ 5, o cliente enviasse a nota para mil endereços. Bancos como UBS e Santander já usam a blockchain para validar transações, por exemplo.

No estudo "A Revolução do Dinheiro", a consultoria Accenture qualifica o blockchain como revolucionário. "É um esporte de equipe, só tem benefício com várias empresas na rede", afirma Ricardo Polisel, gerente da Accenture.

Ele considera, porém, o bitcoin como "chamariz" para a tecnologia. "Criou o caminho, como o Napster [programa para compartilhar música] foi precursor do Spotify [serviço de streaming]."

Parte da especulação da moeda se deve a isso, diz Alan de Genaro, professor da FEA-USP. "Bolha é quando alguém erra a previsão dos retornos. No bitcoin, a aposta é de mudar o sistema de pagamento. Qual o valor justo? Ninguém sabe."


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