Folha de S. Paulo


Tucanos resistem à reforma mesmo após apoio da sigla

A resistência na bancada tucana à reforma da Previdência continua, apesar de o PSDB ter aprovado oficialmente o apoio à proposta nesta quarta-feira (13).

Dos 46 deputados federais da sigla procurados pela reportagem, apenas 8 afirmaram que seguirão o partido e apoiarão a reforma. Outros 8 mantiveram a posição contrária à proposta, 6 se disseram indecisos, 1 afirmou ser parcialmente favorável e 8 não quiseram se manifestar.

A Folha não conseguiu contato com 15 deputados da bancada tucana na Câmara.

A deputada Geovania de Sá (PSDB-SC) é uma das dissidentes. "Mesmo o partido fechando questão, não posso votar contra minhas convicções, pois tenho desenvolvido trabalhos em prol do trabalhador desde vereadora."

Ela afirma que conversou com os líderes do partido sobre seu posicionamento e que "pediu licença" a eles. "Haverá outras reuniões e espero poder manter meu voto".

O tucano Caio Narcio (MG) também se disse contrário à reforma porque ela preserva as regras para aposentadoria de militares. "Ainda não tinha lido [o texto da reforma], ela mantém o privilégio das Forças Armadas", afirma.

Outros parlamentares da sigla que declararam que vão contrariar a posição do partido são Eduardo Barbosa (MG), Fábio Sousa (GO), João Paulo Papa (SP), Mariana Carvalho (RO), Rocha (AC) e Daniel Coelho (PE).

"Não acredito que a reforma da Previdência entrará em pauta em fevereiro. A questão foi adiada este ano inteiro. Acredito que vai continuar a ser adiada, até ninguém mais acreditar nessa conversa", afirma Coelho.

O deputado diz que concorda que uma reforma é necessária, mas defende que ela seja discutida em campanha eleitoral. "Em 2019 será o momento adequado para mudar a Previdência", afirma.

Já os indecisos João Gualberto (BA), Lobbe Neto (SP) e Luiz Carlos Hauly (PR) disseram que vão pensar melhor sobre o assunto, independentemente da posição adotada pelo partido.

OBEDIENTES

Nem todos os tucanos ignoraram a orientação da sigla. O deputado Bonifácio de Andrada (MG), que antes se declarara parcialmente favorável à reforma, afirmou nesta quarta que seguirá o partido e votará a favor.

"Eu estou com o meu partido, irei votar de acordo com o comando do partido", disse o mineiro à Folha.

Bruno Araújo (PE), Bruna Furlan (SP) e Ricardo Tripoli (SP) também afirmaram que apoiarão a proposta caso ela vá à votação. O pernambucano declarara que seguiria o partido, enquanto os paulistas não haviam se manifestado anteriormente.


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