Folha de S. Paulo


Reforma trabalhista é uma 'revolução', diz Gilmar Mendes

Divulgação/TSE
Entrevista com ministro Gilmar Mendes sobre TPS
O ministro Gilmar Mendes

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes afirmou, em visita a Washington nesta terça (12), que a reforma trabalhista aprovada pelo Congresso é uma "revolução".

Para ele, a mudança da lei ajudou a impulsionar a economia brasileira e substituiu uma legislação "ainda do período autoritário", em referência à Consolidação das Leis Trabalhistas implantada pelo ex-presidente Getúlio Vargas, na década de 1940.

"É uma revolução", disse Gilmar. Segundo o ministro, a reforma é uma entre "medidas importantíssimas que explicam a retomada do nosso crescimento".

O ministro fez o pronunciamento em reunião no Congresso americano, organizada pelo Brazil Caucus, grupo que pretende fortalecer as relações entre Brasil e Estados Unidos e liderado pelos deputados Patrick Meehan e Gregory Meeks.

CONGRESSO

Gilmar aproveitou a ocasião para elogiar o Congresso brasileiro. Disse que ele está "em pleno funcionamento", apesar da crise ética e política no país "descortinada pela Operação Lava Jato".

Para o ministro, as instituições brasileiras têm se mostrado fortes, e a Constituição, "resistente e resiliente".

"Algumas décadas atrás, essa combinação [de crise econômica, impeachment e crise ética] seria mais que suficiente para uma intervenção militar", afirmou.

Gilmar ainda aproveitou para fazer uma espécie de autocrítica do Judiciário, afirmando que existe hoje uma "hiperpotência do judiciário e uma impotência dos demais poderes".

O ministro voltou a citar o personagem Américo Pisca-Pisca, do escritor Monteiro Lobato -que já havia sido mencionado por ele em outras ocasiões. O personagem é conhecido como "o reformador do mundo".

"Às vezes, nesse vácuo de poder que se constituiu no Brasil, decidimos brincar de Américo Pisca-Pisca", disse. "Precisamos reconhecer limites."

O ministro, que é presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), cumpre agenda em Washington até esta quinta (14).


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