Folha de S. Paulo


Bolsa tem leve alta e dólar encosta em R$ 3,30 em dia de agenda vazia

Pedro Ladeira/Folhapress
Presidente Michel Temer antes de jantar para tentar angariar votos para a reforma da Previdência
Presidente Michel Temer antes de jantar para tentar angariar votos para a reforma da Previdência

Sem notícias relevantes para guiar o investidor nesta segunda (11), o mercado brasileiro teve um dia de volume esvaziado, o que se refletiu em leves altas tanto da Bolsa quanto no dólar. Nem mesmo a notícia de que o governo decidiu antecipar o calendário da Previdência foi suficiente para direcionar as operações.

O Ibovespa, índice das ações mais negociadas, subiu 0,09%, para 72.800 pontos. O volume negociado foi de R$ 6,9 bilhões, enquanto a média diária de dezembro está em R$ 8,35 bilhões.

O dólar comercial fechou em alta de 0,06%, para R$ 3,298. O dólar à vista se valorizou 0,02%, para R$ 3,299.

A agenda do dia foi fraca. Sem indicadores, os investidores analisaram o boletim Focus, que trouxe projeções mais comportadas para a inflação –de 3,03% para 2,88% neste ano– e uma expectativa melhor para o PIB (Produto Interno Bruto), que passou de 0,89% para 0,91%.

O debate em torno da reforma da Previdência voltou a ganhar atenção do mercado nesta sessão. No fim de semana, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu começar a discutir em plenário nesta quinta as mudanças nas regras de aposentadoria.

A intenção é, com isso, dar início à votação da reforma no dia 18, quatro dias antes do recesso parlamentar.

"A convenção do PSDB de sábado não definiu muita coisa. A votação, que pode começar na próxima semana, ainda é uma dúvida. O governo neste momento não teria os votos para aprovar, mesmo se convertesse todos os indecisos", diz Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos.

Nesta segunda, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco, afirmou que o debate no Congresso se dará quando as discussões estiverem maduras.

No exterior, o dia foi de estreia dos contratos futuros da moeda virtual bitcoin na Bolsa Cboe Global Markets em Chicago. Depois de bater US$ 18.500, os contratos moderaram a alta e subiam 10,28% às 18h55, para US$ 17.252.

AÇÕES

Das 59 ações do Ibovespa, 31 subiram, 26 caíram e duas fecharam estáveis.

A maior alta do dia foi das ações da Usiminas, que subiram 3,23%. A Braskem se valorizou 2,20%, e a Embraer avançou 1,71%.

Em terreno negativo, as ações da Estácio recuaram 4,93%. Os papéis da CPFL tiveram baixa de 3,80%, e a Kroton se desvalorizou 2,77%.

As ações da Petrobras tiveram leve alta, em dia de avanço dos preços do petróleo depois do fechamento de um oleoduto no Mar do Norte para reparos e com investidores focados em commodities após uma explosão em Nova York.

As ações mais negociadas da estatal subiram 0,20%, para R$ 15,38. Os papéis com direito a voto tiveram ganho de 0,50%, para R$ 15,97.

A mineradora Vale teve alta de de 0,79%, para R$ 35,76.

Entre os bancos, o Itaú Unibanco subiu 0,26%. As ações preferenciais do Bradesco se mantiveram estáveis, e as ordinárias subiram 0,07%. O Banco do Brasil destoou e recuou 0,81%. As units –conjunto de ações– do Santander Brasil subiram 0,25%.

DÓLAR

No mercado cambial, o dólar perdeu força ante 18 das 31 principais divisas do mundo.

Os investidores aguardam a reunião de política monetária do banco central americano, que deve selar o terceiro aumento de juros nos Estados Unidos no ano. O encontro ocorre nesta quarta (13).

Aqui, o Banco Central vendeu 14 mil contratos de swaps cambiais tradicionais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro), em mais um leilão para rolagem do vencimento de janeiro. Até agora, rolou o equivalente a US$ 4,9 bilhões do total de US$ 9,638 bilhões que vencem no mês que vem.

O CDS (credit default swap, espécie de seguro contra calote) do Brasil subiu 0,19%, para 167,5 pontos.

No mercado de juros futuros, o contrato com vencimento em janeiro de 2018 avançou de 6,893% para 6,895%. O contrato para janeiro de 2019 recuou de 7,010% para 6,990%.


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